Espacios. Vol. 34 (11) 2013. Pg. 14 4o2a65 |
Vantagem competitiva no Circuito das guas Paulista: Cluster de produtores de gua mineral 5f1u41Competitive Advantage in Circuito das guas Paulista: Cluster of mineral water producers a53bVinicius Giraldi GAMBETTA 1 y Reinaldo DIAS 2 Recibido: 22-08-2013 - Aprobado: 05-10-2013 |
Contenido j3z35 |
Gracias a sus donaciones esta pgina seguir siendo gratis para nuestros lectores. |
RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. Introduo l5e69O Brasil uma das naes que possuem os maiores volumes de gua doce do mundo e por consequncia uma vasta variedade de guas minerais. Seria de se presumir, atravs de um reflexo terico, que o Brasil, como nao, possusse vantagens comparativas (como economias de escala que reduzem o custo e disponibilidade de fatores), fazendo com que se tornasse o lder no mercado mundial de gua, trazendo supervits na balana comercial. Porm, o Brasil importa mais gua do que exporta. Isso deixa evidente que no mais apenas a disponibilidade de fatores que trar um desempenho superior e sustentado ao longo prazo para uma nao. necessrio diagnosticar o desempenho superior sustentado das indstrias nacionais atravs de outra teoria: da criao de vantagens – a vantagem competitiva. Esta como fator principal para que as empresas nacionais criem inovaes e busquem vantagens fortalecendo seu desempenho superior no mercado. Alm disso, a localizao concentrada das empresas e justamente a sua vulnerabilidade frente maior facilidade de comrcio no mercado global torna o pas sede e todas as suas caractersticas endgenas (como conhecimento, tecnologias) o principal determinante para a sustentao da vantagem competitiva nas empresas, fortalecendo-as mutuamente. Decorrente da constante necessidade da supremacia da competitividade nacional frente a outras naes, bem como a teoria contempornea de Cluster, que prev que as vantagens competitivas so criadas (e no herdadas) atravs de processos altamente localizados e que a dinmica da indstria nacional influencia neste processo deriva-se a questo problema deste trabalho: possvel a formao de um cluster (APL) de produtores de gua mineral na regio do Circuito das guas Paulista? A partir disso, foram elaborados os objetivos com base nas teorias de Cluster e de Vantagens Competitivas, buscando identificar no mercado regional de gua mineral a possibilidade de que a aglomerao das empresas produtoras de gua mineral engarrafada na regio possa gerar vantagens competitivas e externalidades positivas para o Circuito das guas Paulista e para o mercado nacional. O objetivo geral do trabalho foi verificar a possibilidade e os fatores que poderiam contribuir para a formao do cluster na regio bem como os benefcios que poderiam ser trazidos ao mercado local. J como objetivos especficos: identificar instituies de ensino e pesquisa que possam contribuir para a formao e consolidao do cluster (APL) de gua mineral na regio do Circuito das guas Paulistas; Identificar a cadeia de valores do setor e seus processos; Identificar a possibilidade de atrao de novos empreendimentos relacionados ao mercado de gua mineral na regio do Circuito das guas Paulistas; Analisar a competitividade da regio. 2. Referencial terico 5i672h2.1. Vantagem competitiva 726r4nA princpio, a vantagem era baseada no mbito da disponibilidade de fatores de produo (insumos bsicos, como matria prima, mo de obra e capital), denominando-se vantagem comparativa, sendo que todas as naes eram consideradas iguais umas as outras em termos tecnolgicos (OHLIN, 1933). Porm invivel desconsiderar as diferenas tecnolgicas e que os fatores peculiares como matria prima, mo de obra e capital de cada pas no se permutam entre as naes. No atual momento do comrcio e globalizao tal teoria tem pouca aplicao na realidade, a no ser para as indstrias dependentes de tais custos de fatores, como sendo parte predominante de sua produo, mas, com frequncia, essas estruturas s garantem baixos rendimentos mdios sobre o investimento, no garantindo um desempenho superior na competio entre naes. (PORTER, 1993) Para desenvolver um desempenho superior, as vantagens am a serem criadas pelo resultado de habilidades e de capacidade de gesto e no mais esto enquadradas no paradigma de que a vantagem em uma indstria (setor) herdada (DIAS, 2008). A vantagem a a ser competitiva e derivada de como a empresa emprega os recursos para garantir um desempenho superior aos seus concorrentes. Alm disso, a eficincia deixa de ser esttica e a competio entre as indstrias torna-se dinmica, impulsionada por inovao e mudana, retornando como uma progresso de novos processos, produtos, caractersticas do mercado e como valor. Para isso, a gesto estratgica da empresa empregada em como podem ser obtidas vantagens competitivas derivadas de custos e de diferenciao, bem como quais os determinantes da vantagem competitiva em contextos nacionais que desenvolvem um desempenho superior para a indstria (PORTER, 1993). 2.1.1. Os determinantes da vantagem competitiva q3h42Porter (1993) identificou que existem quatro determinantes para a obteno da vantagem competitiva, e a sua inter-relao a denominou de Diamante Nacional. Alm desses, fundamentou o papel do governo que pode influenciar no sistema de um setor. Quanto mais favorvel a dinmica entre os determinantes, maior a capacidade de xito na indstria, desde que as empresas tenham competncia o suficiente para alcanar e manter a vantagem competitiva, atravs da gerao constante de inovaes. O primeiro determinante se refere a Fatores. So representados por fatores bsicos e adiantados ou de acordo com sua especificidade: generalizados e especializados. Fatores bsicos so provenientes de recursos naturais, mo de obra no especializada, condies geogrficas e climticas. evidente que os fatores bsicos deixam de ser importantes na medida em que existe a fcil disponibilidade para os concorrentes, anulando a vantagem competitiva fortemente atrelada a custo. Relacionados a isso, esto os fatores generalizados que incluem a infraestrutura comum do pas, como o sistema virio, educao e a disponibilidade de capital. Os fatores adiantados podem ser considerados como infraestrutura moderna, informao digital, institutos de ensino e pesquisa. Os fatores especializados envolvem conhecimentos e fatores especficos na indstria. Os fatores avanados e especializados so gerados no pas, mas muitas vezes dependem de uma base estruturada de fatores bsicos e generalizada para que possam ser mantidos (PORTER, 1993). A competitividade do caf mineiro, por exemplo, se deu por fatores bsicos e avanados, como tecnologias avanadas de produo e cultivo. O resultado foi um caf de alta qualidade, com selo e certificado de origem, o que acabou tornando o caf do serrado mineiro requisitado por diversos pases, sendo responsvel por 15% da produo nacional (GHELLI, 2003). A Demanda outro determinante que influencia toda dinmica de um setor. As necessidades da demanda, seu grau de sofisticao e o poder de compra pressionam as empresas nacionais a inovarem contendo a procura por produtos importados mais sofisticados que os nacionais. A segmentao estabelece caractersticas distintas entre grupos determinados, com padres de consumo diferentes, podendo ser um vis para a sofisticao dos consumidores. Isso acaba por significar que possvel obter vantagens atravs da sofisticao do produto, pressionando as empresas a investir em qualidade. J se a sofisticao condisser no apenas com a necessidade nacional, mas tambm com a demanda internacional, as necessidades internas do pas se tornam a fonte de vantagem competitiva, no s nacionalmente, mas como uma vantagem precursora para a competio internacional. O tamanho da demanda e seus padres de crescimento que desenvolve, interfere na dinmica da indstria nacional. A saturao da demanda fora as empresas a inovarem e a se aperfeioarem continuamente, funcionando como uma espcie de filtro das empresas mais fracas que atuam no pas (PORTER, 1993). Mercados correlatos so setores relacionados determinada indstria e se caracteriza como um dos determinantes da vantagem competitiva. responsvel por desenvolver atividades correlacionadas ao setor, formando a cadeia de valor, complementando os produtos daquela indstria, podendo fornecer ou aperfeioar fatores disponveis s empresas do setor. As inovaes provenientes de mercados correlatos, quando estes so internacionalmente competitivos, acabam por proporcionar vantagens potenciais para as empresas. Fornecedores am a ter um papel mais importante e podem proporcionar um ritmo de inovao mais acelerado dentro de um setor, tornando o ambiente ainda mais dinmico e fortalecido se as empresas estiverem geograficamente concentradas. Podem proporcionar tambm oportunidades em novos mercados, pois aumenta a possibilidade de desenvolvimento de novos produtos complementares e gera demanda agregada (PORTER, 1993). A indstria petroqumica um importante mercado correlato a diversas outras indstrias, que necessitam do petrleo (fator) para a produo dos produtos. O desenvolvimento de fatores avanados e polticas pblicas neste mercado poderiam influenciar na gerao de vantagem competitiva em mercados correlatos e na indstria petroleira nacional (BARROS, 2007). O ltimo determinante o de Rivalidade que diz respeito ao contexto nacional em que as empresas competem, envolvendo suas estruturas organizacionais, o modo como so istradas e a suas interaes. A aglomerao e a saturao de empresas do mesmo setor estimulam uma rivalidade agressiva e tambm um apoio mtuo na busca de vantagens. A rivalidade interna influencia a busca por vantagens frente aos concorrentes, forando as empresas a inovarem na busca por um desempenho superior. Outros determinantes tambm podem estimulam rivalidade, como por exemplo, uma demanda interna saturada e a influencia da sofisticao da demanda internacional pressionando o setor para a competio global, na disponibilidade e facilidade de criao de fatores que acaba por atrair novas indstrias do mesmo segmento ou indstrias correlatas e de apoio (PORTER, 1993). O governo tambm tem papel importante no estmulo gerao de vantagens competitivas e na dinmica dos determinantes, uma vez que pode trabalhar como regulador ou facilitador dentro do ambiente, fazendo com que as empresas tomem posies para competir ao do governo. Tambm importante ressaltar a importncia dos fatores geogrficos nas decises polticas e de como o Estado influenciar na estratgia regional (BARROS, 2007). O governo pode afetar cada um dos determinantes de maneira positiva ou negativa, mas no pode continuar sendo, junto disponibilidade de fatores, um influenciador isolado para as vantagens da indstria nacional, em que o governo estabelece polticas (como externas e monetrias) para a proteo da indstria, mas sim ser um estmulo aos outros determinantes na gerao de vantagens (PORTER, 1993). 2.2. Cluster 373f5dA dinmica nacional, portanto, influenciada pelo modo como as empresas competem e acaba por ser a base de como os determinantes sero empregados e desenvolvidos em prol de um desempenho superior da indstria nacional, bem como um fator de impulso para o avano do pas, demonstrando que o pas sede tem fundamental importncia na competio globalizada. Neste sentido a interao regional entre toda cadeia produtiva de um setor vai afetar, e acaba sendo afetada, pela dinmica nacional. As empresas acabam por se agruparem (cluster), dividindo a cadeia de valor onde uma ou um subgrupo de empresas ficam responsveis por determinada atividade na cadeia e em que os fatores herdados do ambiente so propcios para a atrao das empresas na cadeia de valor, fazendo com que o agrupamento, a sua inter-relao e a relao com cadeias de valor correlatas, que so atradas para a regio, torne as empresas capazes de gerar inovaes mais rapidamente, pressionadas pela rivalidade entre as empresas aglomeradas. Isso desperta a necessidade dos concorrentes locais e dos nacionais de tambm avanarem na busca de inovao, provando para estas que o desenvolvimento de novas vantagens competitivas necessrio. As empresas deixam de ficar a merc dos fatores bsicos e herdados, pois estes no geral so comuns a todos e am a supri-los pela criao de vantagens competitivas como a gerao de tecnologias (PORTER, 1993). Isso acaba por gerar externalidades positivas que so benefcios gerados a partir da ao de um agente que so disseminados aos outros, como produtividade, conhecimento, economia de escala e escopo e demanda agregada (DIAS, 2008). Essa a base da teoria dos Clusters, do ingls que significa aglomerado ou agrupamento, foi o termo utilizado por Porter (1993) para designar um agrupamento geograficamente concentrado de empresas de uma mesma indstria (podendo incluir mercados correlatos) que esto inter-relacionadas. Por estarem em um mesmo local geogrfico, as empresas am a competir mais fortemente entre si, o que estimula toda a dinmica do setor (inter-relao entre os determinantes da vantagem competitiva) gerando assim maiores inovaes. No Brasil, segundo Cassiolato E Lastres (2003) o termo utilizado Arranjo Produtivo Local (APL). Os vnculos e as inter-relaes entre os agentes ocorrem de maneira diferente, o que proporciona aos Clusters uma identidade cultural. A semelhana cultural que se forma entre as empresas aglomeradas tornam o intercambio de informaes, conhecimentos, e o modo de istrar mais fcil e dinmico (PORTER, 1993). De um modo geral, os Clusters am por trs etapas de desenvolvimento. Arranjos incipientes, sendo primeira etapa em que existe baixa cooperao e inter-relao entre as empresas, pouca ou nenhuma iniciativa para estmulos de gerao de inovaes e geralmente obtm-se vantagens a partir de fatores herdados; Arranjos em Desenvolvimento, onde novos empreendimentos so atrados para a regio e a interao entre as empresas se intensifica quando am a defender interesses regionais ainda com pouca inter-relao com o poder pblico; e o ultimo estgio o Cluster desenvolvido, onde existe ampla interao entre as empresas e o poder pblico, facilitando a cooperao pela troca de conhecimento com maior facilidade de gerar inovaes. Os possveis estrangulamentos na cadeia de produtiva so supridos pela vinda de mais empresas e investimentos (CASTRO, 2009). Com predominncia na formao de um Cluster, esto as MPMES (Micro, Pequenas e Mdias empresas), que podem se classificar atravs de seu faturamento bruto anual: at R$ 2,4 milhes – microempresa; entre R$ 2,4 milhes e R$ 16 milhes – pequena empresa; entre R$ 16 milhes e R$ 90 milhes – mdia empresa (BNDES, S/D). As MPMES so caracterizadas por um organograma enxuto e sua flexibilidade de produo. Possuem um papel essencial na aglomerao, pois so as primeiras geradoras de emprego e renda em uma regio (JULIEN, 2010). Alm disso, se especializam em uma parte da cadeia produtiva e terceirizam outras fazendo com que as ligaes entre fornecedores e at mesmo entre concorrentes como forma de cooperao seja estimulada (DIAS, 2008), tornando-se assim, as principais canalizadoras da rivalidade interna e, portanto na criao de ambientes mais competitivos com economias abertas e geradoras de conhecimento e informao (PORTER, 1993). As MPMES recebem influncias ainda mais intensas na nova competio global, pois muitas vezes sofrem com a competio de produtos internacionais, derrubando a competitividade comparativa (atravs de fatores) que essas empresas detinham, forando-as a gerarem inovaes, porm, como a capacidade individual das MPMES limitada (CEZARINO; CAPOMAR. 2006) a aglomerao geogrfica e a inter-relao destas empresas no ambiente junto aos agentes polticos e sociais se torna um facilitador da disseminao de conhecimentos e inovaes (LASTRES; Et AL. 2002). 3. Metodologia 247235Com base nas metodologias apresentadas por Gil (2002) e atravs do referencial terico acima, foi realizado um estudo de caso de carter exploratrio, descritivo e qualitativo para a possibilidade do detalhamento e caracterizao da unidade-caso, ou seja, o mercado de gua mineral do Circuito das guas Paulista. A coleta de dados foi desenvolvida atravs de pesquisa bibliogrfica, como livros, artigos, dissertaes, peridicos, revistas e pesquisa documental. Foram analisados as teorias de Vantagem Competitiva e Cluster e informaes do mercado nacional de gua mineral detalhando os determinantes da competitividade nacional. Com base nesses dados foi desenvolvido um estudo de campo elaborado com entrevistas de modo a aprofundar-se na caracterizao dos agentes locais (empresas produtoras, rgos pblicos e entidades correlatas) da regio do Circuito das guas Paulista e como a inter-relao entre eles era feita, verificando se existe o desenvolvimento de um cluster de produtores de gua mineral na regio, estudando os fatores que poderiam contribuir para sua formao e as externalidades positivas que poderiam ser geradas. Alm disso, foram estudados por pesquisas bibliogrficas outros Clusters de produtores de gua mineral engarrafada no Brasil, podendo fazer um comparativo entre o Circuito das guas Paulista e os outros arranjos produtivos do mesmo setor verificando como a teoria dos Clusters vem sendo desenvolvida para este mercado possibilitando o seu melhor desenvolvimento. 4. Resultados e discusses 2g1w4i4.1. A indstria nacional de gua mineral 6fw9Apesar de possuir 15% das guas potveis do mundo (LANCIA, CARRAMILLO, ARAGO, 1996), o que reflete em uma ampla disponibilidade deste fator, no possui desempenho superior na competitividade entre os pases como seria demonstrado na teoria de vantagens comparativas. Ao invs disso, o Brasil apresenta uma srie de dficits na comercializao externa de gua mineral engarrafada. Em um perodo de nove anos analisados, em apenas dois anos o Brasil exportou mais gua do que importou (FONSECA, 2009), fato muito relevante para a caracterizao da competitividade nacional. A gua mineral herdada do pas. Recebe influncia de outros fatores de recursos fsicos como o clima, a vegetao e a composio do solo, o que remete a gua mineral a uma dependncia geogrfica (COELHO; Et al., 2005). Um fato importante que a gua brasileira classifica-se nos padres dos Estados Unidos e da Europa como uma gua de “muito baixa mineralizao” e que em alguns casos seria desclassificada como mineral. Porm isso est valorizando-a pelo fato de ser mais leve. Essa baixa mineralizao consequncia da caracterstica do solo e de como a gua permanece em aquferos rasos e de fluxo rpido (MME/BIRD, 2009). A oportunidade de aproveitar esse fator foi desenvolvida pela Danone com a marca Bonafont que possu 1,2 mg de sdio em um litro de gua, sendo considerada de baixa mineralizao e leve. Criou um posicionamento no mercado diferenciado e estimulou uma demanda segmentada: as mulheres. Mas o interessante observar que a marca Minalba possua 0,9 mg por litro (OSCAR, 2012). Uma clara demonstrao de que a vantagem competitiva foi formada a partir de um fator (no caso ter menos sdio por litro de gua) desconhecido pela empresa Minalba que tambm possua esta vantagem comparativa, mas no gerou inovaes partir disso. Com relao mo de obra, foram contabilizados ao todo 14.406 empregos em 2009, sendo o mercado de minrios no metlicos que mais emprega, atingindo 19,64% do total. Do total, 979 pessoas eram de curso superior, 602 pessoas de nvel tcnico, 2.229 pessoas na rea istrativa e 10.596 operrios (DNPM, 2010). J com relao ao determinante demanda o consumo per capita de 2011 foi de cerca 88 litros por ano. Ainda refletiu ser baixo em relao a pases como Estados Unidos onde o consumo foi de 110 litros por pessoa e 189 litros por pessoa na Itlia (KULAIF, 2011). A taxa de crescimento da demanda em 2007 e 2008 representaram 15%, o que acaba atraindo investimentos nacionais e tambm de empresas internacionais (MME/BIRD, 2009). A demanda vem se diversificando e se sofisticando e as empresas mais consolidadas am a investir em marketing e segmentos de demanda que procuram por um produto especfico, como o pblico atleta, feminino e infantil (FONSECA, 2009). Decorrido da sofisticao da demanda, empresas de embalagem (mercado correlato) investem na diversificao de embalagens para a indstria de gua mineral, principalmente nas garrafas PET de 300 a 2000 ml (SOARES, 2012). Alm disso, o mercado de mquinas e equipamentos tambm prospera, fruto de ser a parcela mais significativa de investimento das empresas produtoras de gua mineral engarrafada. Em 2009 foram investidos cerca de R$ 76 mi na indstria de gua mineral, sendo representado por aproximadamente 45% em aquisio e reforma de equipamentos de produo. Esse dado reflete a demanda por equipamentos e possibilita, portanto, o desenvolvimento de outras indstrias agregadas de gua mineral havendo a demanda e investimento tambm em servios para infraestrutura (DNPM, 2010). Com relao rivalidade e estratgia, o mercado de gua se encontrou bastante competitivo em 2012, chegando a um total de 500 marcas (OSCAR, 2012). Como comparativo alta competitividade interna no Brasil, nos EUA a concorrncia oligopolizada compreendendo cerca de 10 produtores (IBWA, S/D). Os produtores se localizam em maior concentrao no estado de So Paulo, o qual possua 258 concesses de lavra (direito de explorar o mineral) em 2008, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro com 89 e 84 concesses respectivamente (FONSECA, 2009). Essa concentrao deve-se a outros determinantes como regies onde fatores de custo de produo so mais baratos e onde existe maior concentrao de demanda para a reduo com custos logsticos. Pela gua engarrafada possuir baixo valor agregado, as empresas, em especial as MPMES, acabam por competir regionalmente tambm por no possurem eficincia na logstica o que impacta no custo do produto (MME/BIRD, 2009). A produo de gua mineral no Brasil e potvel de mesa foram de 4,37 Bi de litros em 2008 ante a 3,73 Bi de litros em 2001 (FONSECA, 2009) e mais de seis bilhes de litros em 2011 (KULAIF, 2012), sendo o quarto maior produtor de gua mineral em 2009 no mundo (FRASO, 2009). As MPMES detinham 74,78% da produo do mercado em 2008 (MME/BIRD, 2009), porm tm perdido espao para as grandes, que em 2011, as oito maiores empresas (Schincariol, Grupo Edson Queiroz, Coca-Cola, Nestl, Flamin, Dias D’vila, Danone, e Mocellin) representaram 45,3% da produo nacional (KULAIF, 2012). A diminuio da participao das MPMES na produo nacional pode ser justificada principalmente pelo investimento das grandes empresas e o capital estrangeiro direcionado ao Brasil para aquisies (influenciadas pela qualidade da gua brasileira e a demanda aquecida), pesquisa e desenvolvimento de produto, diferenciaes e logstica, diferente das MPMES nacionais que em sua maioria so de istrao familiar informal e deixam de investir no desenvolvimento de produto e logstica. Essa dinmica resulta em uma ampla competio local voltada para a guerra de preo com produtos de baixo valor agregado e pouca diferenciao (MME/BIRD, 2009). 4.2. Clusters de gua mineral no brasil 3q724zExistem trabalhos realizados por pesquisadores sobre o estudo de Clusters de empresas produtoras de gua mineral, o que demonstra comear a ser um tema pertinente que pode promover a melhor gesto da gua mineral. O APL da Grande Natal (Rio Grande do Norte) abrange as cidades de Natal, Parnamirim, Macaba, Extremoz compondo 15 empresas ao todo. Neste cluster j foram promovidas aes que traaram objetivos e desenvolveram projetos compartilhados. Estavam envolvidos no projeto agentes como o PROCOMPI (Programa de Apoio Competitividade das Micro e Pequenas Indstrias) e o SEBRAE (Servios de Apoio s Micro e Pequenas Empresas). Outro agente que promove a cooperao entre as empresas do cluster da Grande Natal a SINCRAMIRN (Sindicado das indstrias de Cervejas, Refrigerantes, guas Minerais e Bebidas em Geral do Rio Grande do Norte). Uma das metas era aumentar o volume de produo em 5% e reduzir o desperdcio em 10% no ano. Tambm foram realizadas aes de marketing para campanha estudo do consumidor, assessorias jurdicas e consultorias ambientais, de gesto e de produo. Outro fato que as empresas esto profissionalizando sua gesto para a sobrevivncia no mercado extremamente pulverizado, com baixa diferenciao nos produtos e grande competitividade, forando as empresas a investirem em marketing e logstica (PEREIRA, 2010). O Cluster de Itapecerica da Serra no estado de So Paulo, composto pelos municpios Embu – Guau, So Loureno da Serra, Juquitiba e Itapecerica da Serra, possui seis empresas mineradoras e engarrafadoras que foram responsveis por 16 % da produo estadual em 2008, em que cada empresa produzia a mdia entre 1,2 a 5 milhes de litros por ms. A articulao entre os empresrios ainda incipiente, porm existiu a cooperao entre as prefeituras para subsidiar estudos e a formulao de polticas dirigidas gesto do recurso gua mineral na regio, promovendo externalidades para o cluster. Uma vantagem das empresas a proximidade com um dos maiores centros de consumo do pas, a regio metropolitana de So Paulo, bem como o fator de infraestrutura (rodovias) bem estruturado que garantem escoamento do produto tambm para os portos de Santos e Paranagu (CABRAL, 2008). 4.3. Unidade caso: circuito das guas paulista 1t294gA unidade do estudo de caso deste trabalho foi o mercado de gua mineral do Circuito das guas Paulista, composto pelas cidades de Jaguarina, Pedreira, Amparo, Serra Negra, Monte Alegre do Sul, Lindia, guas de Lindia e Socorro, localizado na Serra Da Mantiqueira, com um grande potencial hidrogrfico (www.circuitodasaguaspaulista.sp.gov.br, S/D). Pelos dados de Santana (2012), foi somado 44 concesses de lavra da indstria de gua mineral na regio em 2012, sendo estimado um nmero de 25 empresas em atividade, segundo entrevistado D. Segundo Bernardes (2009) a maioria das empresas produtoras de gua mineral engarrafada se concentram nas cidades de Serra Negra, Lindia e Amparo, como observado na tabela 01. Alm disso, existiam mais seis requerimentos de lavra. A lavra de mais antiga concesso datada no ano de 1940 nas cidades de Lindia e Amparo. Isso pode demonstrar que o mercado local vem h muito tempo se consolidando, j que o primeiro relato de concesso de lavra no Brasil, segundo os dados de Santana (2012) so de 1935. Tabela 1 - Nmero de Concesses de lavra de gua mineral por cidade no Circuito das guas Paulista, 2012.
Fonte: Dados fornecidos por Santana DNPM, 2012. Entre as trs empresas que concederam os dados de produo, foi levantado um total de 22,6 milhes de litros produzidos no ano de 2011, representando 0,36 % da produo nacional, e cerca de 2% da produo estadual, com base nos dados de Santana (2012). importante observar tambm que a participao do estado na produo nacional caiu ao longo dos anos. Em 2004, foi responsvel por 37% da produo (DNPM, 2005). Em 2010, a participao do estado caiu para 23% (DNPM, 2011) chegando a 19% em 2011 (KULAIF, 2012). 4.3.1. Fatores na regio 1u5h58Nem todas as lavras de gua mineral da regio possuem fins de engarrafamento e produo. Sua vantagem para regio no vem apenas da aglomerao de empresas e do tradicionalismo do circuito neste mercado. Existe uma influncia entre diversos setores que utilizam a gua, como turstico, agricultura e outras bebidas. A gua vem servindo como vantagem comparativa para o desenvolvimento da indstria cervejeira da regio. A empresa Ashby se instalou na cidade de Amparo em 1993 buscando a qualidade da gua mineral (www.ashby.com.br, S/D). A Dortmund em Serra Negra tambm buscou a estratgia da utilizao da gua da regio por se demonstrar de fcil extrao e pelo fato da cidade ser turstica para promover a marca, segundo entrevistado E. Quanto ao fator de educao, atravs do levantamento da matriz curricular encontradas nos cursos das universidades que esto inseridas no Circuito das guas Paulista, foi aferido que no existem matrias especficas voltadas para o mercado de gua mineral. Tambm foi observado que as faculdades no compem todos os cursos dos quais uma mineradora e produtora de gua mineral engarrafada precisam se dispor de profissionais com curso superior, como engenheiro de minas, gelogo e bilogo ou qumico. Existe apenas uma unidade fixa do SENAI localizada na cidade de Jaguarina que comporta dois cursos de formao continuada voltados para a indstria de alimentos e bebidas que somados representam 36 horas de aprendizagem. Em geral, em uma empresa mineradora e engarrafadora de gua mineral de pequeno porte, necessitam-se cerca de 20 funcionrios (fator mo de obra), variando de acordo com as linhas de produo que a empresa possui (LUIZ, 2009), sendo a sua maior parte integrante da rea de produo, fato este verificado pelas empresas entrevistadas. Foi identificado que, como a maioria dos funcionrios esto na produo, geralmente so pouco qualificados e possuem nvel escolar bsico. A mo de obra qualificada encontrada estava na rea da qualidade das empresas, composta geralmente por qumicos. Ao todo no estado de So Paulo foram quantificados 3.422 empregados no mercado (DNPM, 2010). Um dos benefcios da localizao das empresas na regio, segundo Entrevistado A, que a mo de obra operria treinada internamente pelas empresas e quando saem, esto aptas a trabalhar em outras produtoras de gua mineral e o custo de transao acaba se tornando baixo. Outro fator destacado pelos entrevistados foi a infraestrutura precria das rodovias no perodo do estudo. Isso engloba a segurana e o custo do produto, alm da regio j se localizar em uma serra dificultando o transporte principalmente das embalagens de 10 e 20 litros. 4.3.2. Demanda na regio 6t2d2qA gua serviu de vantagem comparativa e de apoio ao desenvolvimento da demanda turstica na regio. Por volta da dcada de 1910, guas de Lindia comeou a receber seus primeiros empreendimentos voltados para gua, turismo e terapia: balnerios (com gua mineral natural) e hotis. Francisco Tozzi, um dos pioneiros, fundou as Termas de Lindia com a finalidade de tratamentos, hoje tambm voltado para o lazer. Visando tambm a competitividade entre outras regies hidrominerais (como cidades em Minas Gerais e Rio de Janeiro) o governo de guas de Lindia estimulou o desenvolvimento da cidade para que se tornasse uma estncia hidromineral. Um dos primeiros investimentos pblicos realizado foi a melhoria do sistema virio, possibilitando guas de Lindoia se conectar com as outras cidades da regio, facilitando o o turstico na cidade (FRANCO, 2002). Com o ar do tempo a gua na regio adquiriu uma imagem positiva que acabou sendo conhecida nacionalmente. Consumidores muitas vezes querem consumir a gua especificamente de Serra Negra, afirma o entrevistado B. O turismo foi exuberado devido s caractersticas da gua na regio para fins de lazer e tratamento, com isso, o comrcio local tambm se aflorou na venda de vesturio de malhas como blusas, jaquetas, camisetas (SEVEGNANI; SACOMANO, 2008). A demanda da regional suprida pelas prprias empresas de gua mineral engarrafada da regio, embora sejam encontrados produtos das grandes empresas, pois possuem maior poder de negociao como atacado e varejo, aumentando a barganha para o fornecimento de seus produtos. 4.3.3. Mercados correlatos na regio 1ny8Os Entrevistados de empresas produtoras de gua mineral engarrafada afirmaram que a maioria dos insumos necessrios para a produo, como garrafas, garrafes, lacres, tampas so encontrados na regio ou em cidades prximas, como Campinas. O entrevistado B levantou a oportunidade da gerao de um centro de logstica unificado entre as empresas, como uma maneira de melhorar a eficincia logstica das pequenas empresas, aumentando o seu raio de comercializao. Os entrevistados tambm destacaram a necessidade da realizao ou da atuao de consultorias ou servios especficos para o mercado de gua, como gelogos e qumicos, profissionais estes que esto em falta e so essenciais para o funcionamento das empresas, afirmou entrevistado C. A regio possui duas empresas que produzem mquinas para a produo de gua mineral engarrafada. Surgiram da famlia Giraldi que atuava na produo de gua mineral engarrafada na dcada de 1970. Na dcada de 1980, Antnio Roberto Giraldi identificou a necessidade de automao das mquinas de higienizao e envase de gua mineral em embalagens de 20 litros, at ento manuais, para aumentar a produo e a qualidade do produto. No final da dcada, Antonio Roberto Giraldi, constituiu uma empresa para o comrcio das mquinas, a I.G. Indstria e Comrcio de Mquinas LTDA se tornando pioneiro no setor, enquanto seus outros irmos seguiram com o gerenciamento da empresa de produo de gua mineral. A constituio de uma empresa regional de equipamentos para a produo de gua mineral engarrafada fez com que aumentasse a qualidade do produto da regio. No final da dcada de 1990 surgiu outra empresa a partir da mesma famlia que tambm comeou a desenvolver mquinas para produo de gua mineral engarrafada. A regio do Circuito das guas Paulista ou a contar com duas empresas de mquinas e equipamentos, aumentando a rivalidade, segundo o entrevistado F. Segundo os empresrios entrevistados, a ABINAM (Associao Brasileira da Indstria de gua Mineral) no atua na regio do Circuito das guas Paulista de forma direta. Mas valorizam a associao principalmente por conseguir a iseno dos impostos PIS (Programa de Integrao Social) e CONFINS (Contribuio para o Financiamento da Seguridade Social) na gua mineral. Os entrevistados tambm requisitaram que a ABINAM fosse mais ativa na promoo de eventos, feiras e reunies, como forma de estimular o setor. 4.3.4. Estratgias e rivalidade na regio 4a6uqO mercado de gua mineral nacional ou a ter ampla capacidade de produo a partir de equipamentos automticos, e, com a demanda crescente na dcada de 1990 a produo nacional aumentou. Isso aumentou a competio local entre as empresas da regio havendo maiores investimentos e o surgimento de novas empresas, segundo entrevistado D. A estratgia das empresas em Serra Negra a competio por preo e por serem pequenas caracterizadas por uma istrao familiar e informal, muitas vezes no conseguem agregar valor ao produto. As empresas de Serra Negra no se aproveitam da imagem positiva da gua da regio para construir uma marca e elevar o preo, segundo o Entrevistado B. O entrevistado D tambm relatou que em Lindia as empresas competem de maneira diferente: atravs da diferenciao e do maior portflio de produtos, sustentando o tradicionalismo da cidade neste mercado, possibilitando promover a gua mineral das empresas. Algumas j am para investimentos em produtos alm da gua mineral engarrafada. A Lindoya Vero, por exemplo, desenvolveu um produto de hidratao para pele que tem como base a gua mineral (www.lindoyaveraothermal.com.br, S/D). Para os entrevistados as parcerias e associaes so bem vindas para melhorar a competitividade e produtividade, porm afirmaram o desinteresse por parte de muitas empresas, o que se torna controverso. O entrevistado D promoveu reunies em 2011 a fim de estabelecer uma associao entre as empresas de Serra Negra para que se evitasse a canibalizao de preo, j que a maioria compete no mercado de retornveis (10 e 20 litros), porm afirmou que somente mais uma empresa da cidade se mostrou comprometida com o projeto. A interao ainda fraca, e os empresrios no se articulam em busca de gerar benefcios em prol do setor regional, segundo a entrevistada A. Csar Dib, presidente da empresa Lindia Vero, localizada na cidade de Lindia, e o presidente Almlcar Lopes Junior da Petrpolis Paulista, desenvolveram a proposta de fomentar a parceria entre empresas produtoras, para a constituio de uma marca comum chamada Eterna. Esta iniciativa mostrou-se como uma estratgia para estancar o problema da ineficincia logstica das pequenas empresas com a possibilidade da formao de cooperativas para a produo de uma marca que poderia atingir todo o pas e competir com as grandes empresas (ENGARRAFADOR MODERNO, 2008). 4.3.5. O governo na atuao regional 6723uExistiram aes conjuntas entre os governos municipais. O Consrcio Intermunicipal de Saneamento Bsico da Regio Circuito das guas (CISBRA), segundo entrevistados G e H, ambos do poder pblico, promove a gesto de resduos slidos e futuramente promover a gesto de recursos hdricos, com o objetivo de fortalecer a gesto ambiental urbana da regio de forma compartilhada. Alm disso, foi desenvolvida uma identidade visual para o Circuito das guas Paulista (FIGURA 01) que faz aluso de ondas em uma superfcie de gua. Figura 1 Logotipo do Circuito das guas Paulista. Fonte: (www.amparo.sp.gov.br, S/D) Uma das aes desenvolvidas pelo poder pblico de Serra Negra, segundo os entrevistados G e H, participar da FEHIDRO (Fundo Estadual de Recursos Hdricos), como um modo de desenvolver projetos e realizar a manuteno dos recursos hdricos da cidade, principalmente as fontes pblicas. Os entrevistados G e H afirmaram tambm no existir articulao entre os empresrios e o governo local e no identificaram aes que a prefeitura poderia tomar em benefcio do mercado de gua mineral da cidade e da regio. O entrevistado D relatou que em 2003 uma associao dos produtores de gua mineral engarrafada visava uma parceria junto prefeitura de Serra Negra para a preservao e direito de uso do nome do municpio presente em todos os rtulos dos produtores de gua mineral engarrafada da cidade, bem como a proteo de sua qualidade e tradicionalismo, porm o poder pblico no se comprometeu com o projeto. Outro fato evidenciado que os entrevistados afirmam ter dificuldade em auxiliar as empresas produtoras, pois muitas das decises tomadas neste mercado so de competncia estadual e federal. Os empresrios tambm destacaram a dificuldade da comercializao pela alta taxa de impostos que o governo estadual e federal estabelece sobre a gua mineral engarrafada. O imposto sobre o produto calculado atravs de um preo mdio do produto estabelecido pelo governo, ento aplicado ao produto. Segundo entrevistado C o imposto estava sendo maior que o preo cobrado pelo produto das empresas na Regio. Isso levava muitas empresas a sonegarem impostos atravs da omisso de notas fiscais. Quanto atuao do DNPM (Departamento Nacional de Produo Mineral), os entrevistados apontaram a grande lentido dos processos e a no exigncia de regulamentaes padronizadas que aplicado sobre as empresas. Com os dados das entrevistas e pesquisas foi possvel analisar a interao entre os agentes locais verificando a cadeia produtiva local, chegando ao esquema da Figura 02. Existiram limitaes de pesquisa referente ao o de dados. Era esperado que o DNPM pudesse fornecer dados especficos da regio, como a produo regional de gua mineral, porm o DNPM no possua tal nvel de informao, o que acarretou na no concretizao do objetivo de avaliar a participao econmica do Cluster para a economia regional. Tambm existiu certa resistncia de algumas empresas em participarem das entrevistas, dificultando o melhor desenvolvimento do trabalho e no foi possvel quantificar os empregos gerados pelo mercado de gua mineral engarrafada na regio. Figura 2 Cadeia Produtiva Circuito das guas Paulista 5. Concluso 254b14Verifica-se que a teoria dos Clusters poderia acelerar o processo de gerao de vantagens competitivas para o mercado de gua mineral do Brasil, j que as empresas competem e esto concentradas geograficamente. Foi possvel caracterizar o Cluster de produtores de gua mineral no Circuito das guas Paulista em estgio incipiente, embora seja evidenciado que existe a atrao de empreendimentos correlatos e de e para as empresas produtoras de gua mineral engarrafada. As iniciativas para a formao de cooperativas e associaes originadas em Serra Negra tambm demonstrou a falta de conscientizao dos prprios empresrios e do poder pblico, de como esse arranjo organizacional poderia proporcionar a gesto e a gerao de vantagens para o mercado regional, trazendo benefcios para a istrao estratgica das empresas e tambm do recurso hdrico da regio. A dinmica e a inter-relao entre empresas e o poder pblico, fato esse evidenciado nos programas do Cluster de gua Mineral da Grande Natal e de Itapecerica da Serra, no se aplicou. As empresas produtoras se caracterizaram como pequenas e possuem uma istrao familiar informal, onde poucas demonstram capacidade para desenvolver estratgias de diferenciao, e esto apoiadas na vantagem comparativa da regio: a qualidade da gua mineral e o tradicionalismo das cidades nesse mercado, alm de estarem prximas a centros de grande consumo como Campinas e So Paulo, facilitando a comercializao. Foi identificado um nvel muito baixo de inovao tanto em produtos quanto em processos organizacionais, embora haja indcios de que a prpria presso dos preos esteja fazendo com que as empresas desenvolvam diferenciaes, como nas empresas de Lindia, podendo ser um gatilho para a gerao de inovaes na regio. Referncias 32p9BARROS, Evandro Vieira. A matriz Energtica e Mundial e a competitividade das naes: bases de uma nova geopoltica. ENGEVISTA, v. 9, n. 1, p. 47-56, junho 2007. BERNARDES, Jlio. Produo de gua mineral exige investimento elevado. Disponvel em: <http://www.usp.br/agen/?p=10283> o em: 18 de junho de 2013, 2009 BNDES. Porte de empresa. Disponvel em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Navegacao_Suplementar/Perfil/porte.html> o em: 20 de setembro de 2012. BRASIL. Ministrio de Minas e Energia. Departamento Nacional de Produo Mineral (DNPM). Anurio Mineral Brasileiro. Braslia. DF, 2010. CABRAL JUNIOR, Marsis. Caracterizao dos Arranjos Produtivos Locais (APL’s) de base mineral no Estado de So Paulo: Subsdios a minerao paulista. Tese (Doutorado em Cincias, rea de Geologia e Recursos Naturais) - Instituto de Geocincias, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008. CASSIOLATO, Jos Eduardo, LASTRES, Helena M. M., O foco em arranjos produtivos e inovativos locais de micro e pequenas empresas in LASTRES, Helena Maria Martins. CASSIOLATO, Jos Eduardo, MACIEL, Maria Lucia. Pequena Empresa: Cooperao e desenvolvimento local. Rio de Janeiro: Relume Dumar: UFRJ, Instituto de Economia, 2003, pp. 21 -34. __________________________. E. Glossrio de Arranjos e Sistemas Produtivos e Inovativos Locais. Rede de Pesquisa em Sistemas Produtivos e Inovativos Locais, Relatrio tcnico. Rio de Janeiro, nov. 2003. Disponvel em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br/nt_count.php?projeto=gl1&cod=2>. o em: 22 de outubro de 2012. CASTRO, Luiz Humberto. Arranjo Produtivo Local. Braslia: SEBRAE, 2009. CERVEJARIA Ashby: Nossa Histria. Disponvel em: <http://www.ashby.com.br/ashby/historia-da-cervejaria-ashby.php>, o em: 19 de dezembro de 2012. CEZARINO, Luciana Oranges; CAPOMAR, Marcelo Cortez. Vantagem competitiva para micro, pequenas e mdias empresas: clusters e APLs. 2006. [Incompleto] COELHO, J. M. et al. A competitividade dos minerais industriais brasileiros. In: ENCONTRO NACIONAL DE TRATAMENTO DE MINRIO E METALRGIA EXTRATIVA – ENTMME, 2005, Rio Grande do Norte: UFRN/CEFET-RN, 2005, v.2. p. 372-379. DIAS, Reinaldo. Sociologia das Organizaes. So Paulo: Atlas S.A., 2008. ENGARRAFADOR Moderno. Por uma Marca Nacional. Engarrafador Moderno. n 172 p.20, setembro de 2008. ENTREVISTADO A. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 12 de fevereiro de 2013. ENTREVISTADO B. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 7 de maro de 2013. ENTREVISTADO C. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 18 de maro de 2013. ENTREVISTADO D. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 19 de Abril de 2013. ENTREVISTADO E. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 29 de Maio de 2013. ENTREVISTADO F. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 01 de julho de 2013. ENTREVISTADO G. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 24 de junho de 2013. ENTREVISTADO H. Entrevista concedida ao autor. Serra Negra, 24 de junho de 2013. FONSECA, David Siqueira. gua Mineral. In DNPM: Economia Mineral do Brasil, Braslia: DNPM, 2009, pp. 717 – 730. FRANCO, A.C. A Influncia de Concepes Urbansticas Estrangeiras nos Planos para as Estncias Hidrominerais Paulistas entre 1920-1950: os casos de guas da Prata, guas de Lindia e guas de So Pedro.Seminrio de Histria da Cidade e do Urbanismo, v.7,n.1, 2002. FRASO, Lucas. O mercado de 7 bilhes de litros. Disponvel em: < http://revistaespacios.informativoparaibano.com/noticias/vidae,o-mercado-de-7-bi-de-litros,342621,0.htm> o em: 10 de dezembro de 2012. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 Ed. So Paulo: Atlas S.A, 2002. GHELLI, Guilherme Marcos. Gesto dos fatores da competitividade: o caso do caf produzido na regio do cerrado de minas gerais. Faculdade de Cincias Humanas e Sociais de Monte Carmelo. Vol. 2 Minas Gerais, 2003 IBWA. Bottled Water. Disponvel em: <http://www.bottledwater.org/economics/bottled-water-industry> o em: 20 de novembro de 2012. JULIEN, P. A. Empreendedorismo Regional e Economia do Conhecimento. So Paulo: Saraiva, 2010. KOTLER, P.; KELLER, K. L. istrao de Marketing. 12 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KULAIF Yara. gua Mineral. In DNPM: Sumrio Mineral 2011. So Paulo: DNPM, 2011-2012. LANCIA, C.A.; CARRAMILLO, C. L.; ARAGO, J. M. Retrato Histrico da Indstria Engarrafadora de gua mineral. So Paulo, Editora Arte & Cincia, 1996. LASTRES, Helena M. M.; ALBAGLI, Salita; LEMOS, Cristina; LEGEY, Liz-Rejane. Desafios e oportunidades da era do conhecimento. SO PAULO EM PERSPECTIVA, 16(3): 60-66, 2002. LYNDOIA Vero. Benefcios da gua Thermal. Disponvel em: <http://lindoyaveraothermal.com.br/beneficio.php> o em: 1 de julho de 2013. LUIZ, Thays de Souza Joo.guas minerais em So Paulo. So Paulo: Escola Politcnica, Universidade de So Paulo, 2009. Dissertao de Mestrado em Engenharia Mineral. Disponvel em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3134/tde-13102009-152900/>, o em: 18 de julho de 2013. MINISTRIO DAS MINAS E ENERGIA-MME e BANCO MUNDIAL-BIRD.Perfil da gua mineral(relatrio tcnico, 71). Braslia: MME/BIRD, 2009. OHLIN, Bertil. Interregional and Internacional trade. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1933. OSCAR, Naiana. Atrasada, Minalba decide enfrentar a Danone em So Paulo. Disponvel em: <http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,atrasada-minalba-decide-enfrentar-a-danone-em-sao-paulo-,130692,0.htm>. o em: 17 de outubro de 2012. PEREIRA, Marcelo. Avaliao de polticas pblicas para arranjos produtivos locais: A eficcia da terceirizao do procompi no apoio do apl de gua mineral da grande natal. Dissertao (Programa de ps graduao em istrao). Centro de Cincias Sociais Aplicadas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2010. PORTER, Michael. A vantagem competitiva das naes. Traduo por: Waltensir Dutra. 2. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1993. SANTANA, Paulo Ribeiro. Entrevista via email concedida ao autor . 05 de Setembro de 2012. SO PAULO. O Circuito. Disponvel em: <http://www.circuitodasaguaspaulista.sp.gov.br> o em: 04 de fevereiro de 2013. SEBRAE. Critrios de classificao de empresas: EI – ME – EPP. Disponvel em: <http://www.sebrae-sc.com.br/leis/default.asp?vcdtexto=4154>. o em: 20 de setembro de 2012. SEVEGNANI, Fbio; SACOMANO, Jos Benedito. A estratgia de manufatura do setor de malharia retilnea pela anlise do processo produtivo: o cluster do circuito das malhas. Niteri, RJ: IV Congresso de Excelncia em Gesto, 2008. SOARES, Nani. Volume alto, lucro nem tanto. Engarrafador Moderno. N 220 p.12-22, setembro de 2012. Disponvel em: <http://www.engarrafadormoderno.com.br/edicoes/Ed_220.pdf> o em: 12 de dezembro de 2012. |
|