Espacios. Vol. 34 (11) 2013. Pg. 3 p6921


A Trajetria da Sadia no Mercado Internacional: das Exportaes Implantao de Unidades no Exterior 2n6039

The Trajectory of Sadia in the International Market: From Exports to the Implementation of Productive Units Abroad 655v1r

Armando Joo DALLA COSTA 1; Junior Ruiz GARCIA 2

Recibido: 02-08-2013 - Aprobado: 13-10-2013


Contenido j3z35

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RESUMO:
A histria da Sadia no mercado nacional marcada por um crescimento via novas plantas industriais, aquisio de concorrentes, diversificao, lanamento de novos produtos e instalao de filiais comerciais. A partir de 1967 a Sadia inicia sua internacionalizao, que pode ser caracterizado pelo envio de mercadorias, deslocamento de representantes comerciais, estabelecimento de escritrios de venda, realizao de t-ventures. No incio dos anos 2000, a Sadia alterou sua estratgia de internacionalizao, adquirindo e construindo unidades industriais prprias no exterior, Holanda e Rssia. A instalao de plantas industriais em mercados externos entendida como um “estgio superior” na internacionalizao da firma.
Palavras-chave: Sadia; exportao; internacionalizao da firma.

ABSTRACT:
Sadia’s story in the domestic market can be characterized by a growth through new productive plants, acquisition of competitors, diversification, launching new products, and installation of commercial subsidiaries. From 1967 Sadia starts its internationalization, which can be characterized by the sending of goods, movement of sales representatives, establishment of sales offices, and development of t ventures. In the early 2000s, Sadia has changed its international strategy, buying and building its own plants abroad, the Netherlands and Russia. The installation of industrial plants in foreign markets is seen as a “higher stage” in the internationalization of the firm.
Key-words: Sadia; exportation; internationalization of the firm.
JEL Classification: L1; L11; L25.


1. Introduo l5e69

A crise que comeou no mercado financeiro norte americano em 2008 afetou a economia de pases e empresas. A Sadia, que obtm cerca de metade de sua receita anual com exportaes, prev uma desacelerao do ritmo de crescimento no mercado externo de carne e de produtos de frango em 2009, exatamente em decorrncia dos impactos da crise financeira mundial. Segundo o diretor de Relaes Internacionais, “o volume de vendas externas da Sadia, que cresceu em torno de 20% em 2008, ter aumento de apenas 5% em 2009”. Em 2008, a exportao de carne frango alcanou 3,8 milhes de toneladas, gerando um faturamento de US$ 7 bilhes. A Sadia exportou 1,2 milho de toneladas, obtendo US$ 2,9 bilhes (Exame, 2008).

A empresa, que iniciou suas atividades no oeste catarinense em 1944, ainda com poucos produtos e estando presente em apenas alguns estados, comeou seu processo de exportaes em 1967, vendendo derivados de carne bovina e suna. Em meados da dcada de 1970 deu incio s exportaes de frango e derivados, setor em que permaneceu desde ento como a maior exportadora nacional. A Sadia seguiu o que os tericos entendem como os para a internacionalizao. Vernon (1966) afirma que esta experincia via comercializao externa pode estar associada ao ciclo de vida do produto. Neste caso, num primeiro estgio a empresa produz e vende no mercado de origem e, se h condies favorveis exportao, tambm ar a exportar parte de sua produo para outros pases, como foi o caso da Sadia, a partir de 1967.

Este trabalho tem por objetivo analisar a internacionalizao das atividades da Sadia. O estudo est organizado da seguinte maneira, alm desta breve introduo segue uma apresentao histrico-analtica da criao, expanso espacial e diversificao das atividades da Sadia. A terceira seo tem por objetivo analisar a estratgia inicial adotada pela empresa para intensificar a internacionalizao de suas atividades. A seo seguinte procurar analisar o processo de expanso da empresa no mercado internacional por meio da instalao de unidades produtivas em mercados estratgicos na Europa e na sia. Por fim, na ltima seo encontram-se as concluses alcanadas ao longo do trabalho.

2. Sadia: Crescimento, Expanso e Diversificao dos Negcios 402c5x

Em 7 de abril de 1944, foi formalmente constituda a S.A. Indstria e Comrcio Concrdia, resultado da aquisio do Frigorfico Concrdia Ltda. Atlio Fontana, fundador da empresa explica o nome de fantasia, em suas prprias palavras: “Eu tirei desta razo social as duas primeiras letras – SA – e acrescentei as ltimas slabas de ConcrDIA, para formar o nome SADIA, que tornou-se uma marca conhecida em escala nacional e at internacional” (Fontana, 1980, pp-127). As primeiras atividades estavam concentradas basicamente no moinho de trigo e no abate de sunos, matrias primas produzidas pelos pequenos agricultores do Oeste de Santa Catarina.

Uma das dificuldades iniciais desse novo empreendimento era a aquisio de mquinas em decorrncia da Segunda Grande Guerra. No caso do abate de sunos, graas compra de outro frigorfico desativado, “em 1946 a empresa ou a abater mais de 100 sunos por dia” (Teixeira, 1994, pp-25). Os principais derivados de sunos eram: banha, toucinho, carnes salgadas, pernil, presunto, salame, lombo e lingia. Destes produtos, o mais importante era a banha, enlatada ou empacotada. O desafio era faz-la chegar aos principais centros consumidores do pas.

Logo aps a segunda guerra mundial a cidade de So Paulo tornou-se referncia em industrializao e atraiu um grande nmero de migrantes. Este novo mercado representava dois desafios para a Sadia: vencer as longas distncias entre o local de produo e o de consumo e enfrentar a concorrncia de marcas de frigorficos famosos, na sua maior parte, estrangeiros. Foi no intuito de vencer esses desafios que, na agem da dcada de 1940 para a de 1950, os dirigentes da empresa no pouparam esforos para habilit-la tecnicamente e expandir sua produo. Foram montadas as primeiras cmaras frias, prepararam-se caminhes isotrmicos, contrataram-se os primeiros tcnicos especializados no ramo e providenciaram-se geradores que aumentaram a capacidade de produo de energia eltrica.

A venda das mercadorias ganhou impulso com a inaugurao, em 1947, da primeira filial comercial na Rua Paula Souza, no centro de So Paulo. No entanto, continuava o problema da distncia que foi vencido somente com a implantao de unidades produtivas no maior centro consumidor do pas. A primeira unidade industrial fora da cidade de origem foi o Moinho da Lapa S.A., inaugurado em 10 de maro de 1953, instalado na vila Anastcio, na antiga Estrada Velha de Campinas.

Uma vez estabelecida em So Paulo, outro problema da Sadia era o transporte dos produtos do interior de Santa Catarina at os principais centros de consumo, So Paulo e Rio de Janeiro. A soluo veio atravs da criao da Sadia S.A. Transportes Areos, em 1 de janeiro de 1955. Cerca de trs anos mais tarde, quando as estradas j se encontravam em melhores condies e o transporte rodovirio tornou-se mais vantajoso em relao ao areo, a Sadia transformou sua empresa de transporte areo em aviao comercial, assim permanecendo at 1972, quando mudou sua razo social para Transbrasil. 3

Em 1957 “j se abatiam no Frigorfico de Concrdia em torno de 400 sunos por dia” (Teixeira, 1994, pp-42). No entanto, era mais vantajoso estabelecer uma nova fbrica prxima aos locais de consumo. Foi assim que inaugurou-se, em 7 de agosto de 1964, a Frigobrs – Companhia Brasileira de Frigorficos, em So Paulo. Os objetivos desta nova fbrica iam da industrializao e comrcio de produtos alimentcios at a instalao de matadouros, frigorficos e fbricas de conservas enlatadas, carnes, gorduras e laticnios, ando pela exportao de carnes em geral e outras atividades correlatas. Para fornecer matria-prima a esta nova fbrica foi criada a Frigobrs-Toledo, no oeste do Paran, com a compra do frigorfico Pioneiro.

Se as atividades da Sadia iniciaram com moinho de trigo e derivados de produtos sunos, a diversificao e a entrada na produo de novas mercadorias foi fundamental para seu crescimento, conforme afirma Penrose (2006).

Deve-se, portanto, esperar que a diversificao venha a tornar-se a palavra de ordem de firmas razoavelmente bem estabelecidas possuidoras de eficientes recursos istrativos, funcionando numa estrutura razoavelmente bem implantada e desejosas de aumentar seus lucros a um ritmo mais rpido do que o permitido pelos seus atuais produtos (Penrose, 2006, pp-224).

A venda dos produtos da empresa, at meados da dcada de 1960, era feita por uma rede comercial cujas filiais no paravam de crescer, indo de Londrina, no norte do Paran, ao Rio de Janeiro, de Curitiba a Belo Horizonte, que depois se expandiu para as demais regies. Para agilizar e istrar esta comercializao foi criada a Sadia Comercial Ltda, em 1967, com sede em So Paulo.

No que se refere presena da Sadia no mercado financeiro, sua experincia j tem quase quatro dcadas. Em 1969, a empresa solicitou seu registro como Companhia de Capital Aberto junto ao Banco do Brasil e, em 6 de maro de 1971, foi aprovada a abertura de capital, a mudana da razo social e a adaptao dos estatutos, pela Assemblia Geral Extraordinria.

Continuando o processo de diversificao da produo foi constituda a Sadia Avcola S.A., em Chapec, nascida de um projeto para a criao e processamento de perus. Vencidas as dificuldades iniciais, as atividades desenvolveram-se num crescendo, de tal modo que “...em 1973 abatiam-se 550 mil perus e, em 1980, os abates superaram a marca de 3,8 milhes” (Teixeira, 1994, pp-78). Este processo de diversificao foi fundamental na histria da Sadia, tanto para atender o mercado interno como para suas exportaes.

No oeste catarinense, em 1978, em associao com a canadense Hybrid Turkey Ins. a Sadia criou a Hybrid Agropastoril, detentora de novas tecnologias, na rea de matrizes. Com a mesma orientao da pesquisa e desenvolvimento criou, em Faxinal dos Guedes-SC, a Agropastoril Catarinense, centro de pesquisa aplicada para o desenvolvimento da agropecuria. Esses projetos se tornariam importantes na busca da melhoria da qualidade da matria-prima da empresa, na inovao de produtos e para atender as exigncias do mercado internacional (Penrose, 2006).

Combinando expanso territorial com diversificao de atividades, busca de matria-prima e pensando no mercado internacional, em agosto de 1976 ou a funcionar a Sadia Oeste S.A., em Vrzea Grande-MT, criada para desenvolver atividades com carne bovina. A princpio, devido s dificuldades de transporte e de exportao de carne in natura, a Sadia optou pelas exportaes de carne enlatada.

Com o intuito de melhorar a qualidade da rao e do farelo utilizados em seus processos de criao, bem como para atender as exigncias do mercado externo, a Sadia entrou no ramo de soja. Para tanto, foi constituda em novembro de 1979, a Sadia Joaaba S.A., tendo como principais atividades o esmagamento da soja e produo de farelo. A partir desta experincia, novas unidades foram projetadas e, em 1985, j eram cinco as fbricas da empresa que atuavam no setor de soja e derivados. A partir da dcada de 1990 percebe-se, alm disso, uma preocupao no sentido de ocupar espao tambm no mercado internacional, tanto com filiais comerciais, t-ventures com empresas nacionais e estrangeiras e, por fim, aquisies e construo de fbricas prprias no exterior.

Como pode-se verificar, as aes e estratgias adotadas pela Sadia tangenciam os pressupostos desenvolvidos pelo aparato terico que estuda a internacionalizao das firmas, conhecido Escola Comportamental. Essa corrente terica desenvolvida basicamente por Johanson & Wiedershein-Paul (1975) e Johanson & Vahlne (1977), foi definida como Uppsala Internationalization Process Model 4. Esse modelo baseado sobre a hiptese de que inicialmente a firma se desenvolve e cresce dentro do mercado domstico, para ao longo do tempo se tornar internacionalizada, sendo explicada como resultado de uma srie gradual de tomadas de decises por parte das firmas. Ou seja, que neste processo existe uma corrente (ou seqncia) de eventos que se seguem ao aprendizado e gradual desenvolvimento (crescimento) de uma firma internacionalizada.

3. A Sadia e o Caminho das Exportaes l1n4q

As teorias que discutem a internacionalizao das firmas procuram freqentemente responder as seguintes questes: porqu? (as firmas decidem ingressar no mercado internacional, ou seja, as razes, motivos etc.); o que ou quais? (os tipos de ativos ‘refere-se ao core business’ e/ou atividades que sero transferidas para o mercado internacional); quando? (o momento adequado de se internacionalizar); onde? (referente localizao das atividades no exterior) e como? o(s) modelo(s) a ser(em) utilizado(s) pelas firmas para ingressarem no mercado internacional (Figura 01).

Figura 01 – As Cinco Questes Bsicas para o Processo de Internacionalizao da Firma

Fonte: Carneiro, Dib e Hemais, 2005.

Na anlise da experincia da Sadia nesta trajetria, percebe-se que “seus primeiros contratos de exportao foram assinados em 1967” (Dalla Costa, 2000, pp-381). Naquela ocasio a empresa vendeu algumas toneladas de carne bovina e suna in natura, congelada, para o Mercado Comum Europeu e para a Sua. O objetivo de exportar j estava presente na poca da fundao da Frigobrs, quando a inteno ficou registrada nos seus estatutos. A Sadia havia estabelecido na poca que a unidade de Concrdia produziria para o mercado nacional, enquanto a Frigobrs de So Paulo buscaria abrir caminho no mercado internacional. Este comportamento empresarial reflete a opinio de estudiosos da internacionalizao, como o caso de Catermol (2006, pp-253):

A deciso de exportar no significa apenas uma estratgia defensiva, ou seja, a nica forma de crescimento dadas as condies da estagnao domsticas. Tal deciso tambm pode ser parte de uma estratgia ativa de expanso das atividades de uma empresa.

Na virada da dcada de 1960 para a de 1970 realizaram-se novos contratos e foram embarcados lotes de carcaas inteiras e partes de sunos e bovinos, como lombos, lnguas e fgado para a Espanha, Frana, Itlia e Portugal. Estas primeiras exportaes proporcionaram uma aproximao com industriais e tcnicos europeus que prestariam valiosa ajuda Sadia no conhecimento dos mercados e dos hbitos alimentares dos diversos pases, alm do aprendizado em desenvolvimento de cortes especiais de sunos, perus e frangos para diferentes consumidores.

Como se pode observar, a Sadia adotou prticas para a sua internacionalizao que para Johanson & Vahlne (1977 e 1990) caracterizam uma trajetria especfica para o ao mercado externo. Para esses autores a internacionalizao da firma dominada por uma seqncia crescente de comprometimento de recursos no exterior, diretamente associados ao desenvolvimento de conhecimentos sobre as possveis formas de operaes internacionais da atividade da firma. Ou seja, quando se tem um melhor conhecimento (informao) sobre determinado mercado (pas), a firma est mais propensa a investir e, consequentemente comprometer maiores volumes de recursos. Significa que a firma pode desenvolver a tecnologia a ser utilizada, assim como enviar os melhores recursos humanos e maiores volumes de recursos financeiros entre outros, para conhecer adequadamente o pas hospedeiro.

Junto com este aprendizado, a empresa comeou aumentar os volumes exportados e, como consequncia sua receita, que ou de 2 milhes de dlares em 1973, para 6,5 milhes em 1975 (Teixeira, 1994, pp-88). Num processo paralelo, a Sadia foi equipando-se materialmente e preparando seus tcnicos para viabilizar uma ampliao no volume das exportaes. Todavia, na metade da dcada de 1970 duas circunstncias vieram estimular suas vendas externas. Primeiro, o excedente de produo de frangos no pas, devido entrada em funcionamento da integrao vertical e da economia de escala conseguida com abatedouros modernos, que resultou num volume de produo maior do que o mercado domstico poderia demandar. Segundo, o interesse do governo federal em aumentar as exportaes, buscando com isso gerar divisas para pagar os juros da dvida externa 5. Neste momento a Sadia diversificou seu leque de produtos exportveis, entrando tambm no setor avcola. Com o incio das vendas de frango, a receita da empresa cresceu, ando de 6,5 milhes de dlares em 1975 para 21 milhes em 1976 e para 106 milhes em 1980 (Teixeira,1994, pp-89).

A partir de 1980, a Sadia Trading S.A. Exportao e Importao ou a responsabilizar-se por este setor, o que significou abandonar o amadorismo nas exportaes, tornando a atividade profissional e permanente. De 1981 para 1990 as vendas da empresa para o mercado externo cresceram de 160 para 280 milhes de dlares, consolidando o grupo como um dos grandes exportadores nacionais.

A criao da Sadia Trading marca uma nova etapa desse processo, o que refora a teoria da vertente comportamental da internacionalizao das firmas. Para os autores desta corrente, o comprometimento da firma na internacionalizao de suas atividades dinmico, porm assume um carter gradual. Neste caso, o conhecimento (informao) acumulado (aprendizado) no mercado externo considerado a base para se desenvolver competncias operacionais (Yip, Biscarri & Monti, 2000). A dinmica da internacionalizao determinada pela prpria experincia adquirida pela firma durante sua atuao no mercado, ou adquirida em mercados semelhantes.

Para atender os antigos e novos clientes (europeus e do Extremo Oriente), no setor de carnes e derivados, a empresa diversificou suas linhas de produo, sobretudo em industrializados e cortes especiais, criou novas apresentaes (imagem do produto), com embalagens de qualidade melhorada, cdigo de barras, descrio no idioma do importador e desenvolveu programas de vendas ajustados s condies e interesses dos diferentes clientes nos vrios pases. Neste caso vale lembrar o pensamento de Penrose (2006, pp-177), que afirma:

Uma ampla variedade de produtos pode ser produzida para cada mercado, e uma grande variedade de mercados pode ser atendida a partir da mesma base produtiva. A diversificao dentro da mesma rea de especializao refere-se produo de mais produtos baseados na mesma tecnologia e vendidos nos mercados existentes da firma.

Entre 1983 e 84, os produtos da Sadia, tais como almndegas, cortes de frango e peru, comearam a aparecer nas prateleiras dos supermercados de Tquio, Hong Kong e Cingapura. Em 1985 a Sadia j era a empresa nacional que mais exportava frango para o Japo, sendo que quatro anos mais tarde iniciou as exportaes para a ex-Unio Sovitica. No final dos anos 1980 a firma mantinha a liderana nacional nas exportaes de frango. “Nos demais segmentos - sunos, bovinos, industrializados de carne, soja e derivados como gro, farelo e leo - tambm estava situada entre os maiores exportadores brasileiros. Seus representantes percorriam os cinco continentes, vendendo 70 tipos de produtos a 40 pases, assinando contratos em ingls, espanhol, francs, italiano, alemo, rabe, japons e russo” (Teixeira, 1994, p. 109). Em 1990, os 280 milhes de dlares das exportaes representaram 19% do faturamento bruto da empresa (Sadia, 2009b).

Nos anos 1990 as exportaes da empresa aram por altos e baixos (Grfico 01). Se em 1994 as vendas externas representaram US$ 567 milhes, em 1995 voltaram para US$ 397 milhes 6. Neste ltimo ano, a empresa adotou duas medidas na rea internacional. A primeira foi reduzir calculadamente a atividade exportadora de carnes bovinas. A segunda foi deslocar os negcios do Mercosul para o “Negcio Industrializados”, uma vez que as distncias e similaridades de perfis tornam Paraguai, Uruguai e Argentina muito semelhantes ao mercado brasileiro. Mesmo diminuindo o valor total das exportaes, as atividades externas mantiveram-se estveis em relao aos 43 pases compradores.

Grfico 01 – Evoluo do Volume e do Valor das Exportaes da Sadia: 1973-2008

Fonte: Elaborao dos autores a partir de Sadia (2009b).
Nota: Para 2008 o volume e o valor das exportaes se referem a previses da empresa, portanto, sujeitas a alteraes.

Segundo Wiedersheim-Paul, Olson e Welch (1978), existem fatores que direcionam a ateno da firma para a atividade exportadora podendo ser internos e/ou externos. Os fatores internos podem estar associados competncia nica, ao excesso de capacidade produtiva ou financeira das firmas. Por outro lado, os fatores externos se apresentam na forma de encomendas fortuitas de consumidores estrangeiros (ocasionais) ou mesmo domsticos que decidem iniciar um empreendimento no exterior e/ou apresentam alguma ligao com o mercado externo (por exemplo, diplomatas, executivos etc.), oportunidades de mercado, acirramento da concorrncia e por meio de medidas governamentais de estmulo exportao. Como se pde constatar na discusso analtica sobre a internacionalizao da Sadia, houve tanto fatores internos como externos que contriburam que alteraes na estratgia da empresa.

4. A Sadia rumo Internacionalizao w6g4i

Segundo Johanson & Vahlne (1977), so considerados como mecanismos da internacionalizao das firmas as circunstncias (ou condies em que ocorreu a internacionalizao) e as alteraes de comportamento (atitudes) do tomador de deciso (ou seja da firma). O primeiro mecanismo apresenta no modelo um importante papel de entendimento do processo de internacionalizao referente trajetria percorrida pela firma. Esse mecanismo engloba, ainda, os recursos comprometidos com o mercado externo (market commitment) tais como, o comprometimento com o novo mercado (fornecimento dos recursos necessrios para suprir essa nova demanda ‘expectativas’) e o deslocamento de pessoal especializado (conhecimento) para o mercado externo e suas operaes (criao de setores dentro da firma que se dediquem a atividade internacional). Ou seja, refere-se ao volume de recursos comprometidos e o grau de comprometimento desses recursos com o mercado internacional.

O segundo mecanismo refere-se s decises sobre o comprometimento desses recursos e das atividades correntes da firma. As atividades correntes (current activities) de uma firma so descritas como o comprometimento e a experincia no processo de internacionalizao. Outro ponto a ser destacado so as possibilidades de decises que uma firma pode tomar e como as escolhas so feitas (commitment decisions). Esses mecanismos contribuem para o entendimento de como ocorreu o processo de internacionalizao das firmas, e eles se interagem (Figura 02).

Figura 02 – Os Mecanismos Bsicos do Processo de Internacionalizao da Firma

Fonte: Johanson & Vahlne, 1977, pp-23.

Depois de uma experincia de duas dcadas de contato com clientes, de conhecimento de mercados e de capacitao tcnica e profissional dos dirigentes responsveis pelas exportaes, chegou o momento da instalao das filiais comerciais e escritrios da Sadia Trading no exterior.

Segundo Johanson & Wiedersheim-Paul (1975), a internacionalizao das firmas a por quatro diferentes estgios. Os estgios se caracterizam por um processo gradual e de sucessivo aumento no comprometimento da firma na sua internacionalizao, a saber: i) no existe atividade exportadora; ii) a exportao ocorre via representantes internacionais (independentes); iii) as vendas ocorrem via subsidirias prprias da firma e; iv) inicia-se a produo / manufatura em plantas instaladas no exterior (figura 03).

Figura 03 – Estabelecimento dos estgios do Processo de Internacionalizao da Firma

Fonte: Muniz, 2004.

Desta forma, as filiais e escritrios tinham por objetivo melhor atender aos clientes tradicionais, conquistar market-share, e, consequentemente aumentar o volume das vendas, assim como o faturamento da empresa em termos de produtos com maior valor agregado. Alm disso, eram verdadeiras “escolas” de formao de diretores, que serviam para que a firma tivesse um conhecimento aprimorado sobre as caractersticas locais dos mercados externos. A primeira foi aberta em Tquio em maio de 1991, para atender o exigente e grande mercado japons. Neste mesmo ano, outra filial foi aberta em Milo, para atender os pedidos e conquistar novos clientes da Comunidade Europia (Teixeira, 1994, pp-119). Outro escritrio comercial foi aberto em Dubai, para atender o mercado dos Emirados rabes, grandes importadores de frango brasileiro. Neste processo pode-se verificar a insero da terceira fase da internacionalizao, apresentada por Johanson & Wiedersheim-Paul (1975). Esse estgio se caracteriza pelo encadeamento elementar, que para os autores, seria: a) no existe a princpio a atividade exportadora; b) a exportao comea a ser feita via representantes internacionais (independentes); c) as vendas ocorrem via subsidirias prprias da firma (grifonosso)e; d) inicia-se a produo / manufatura em plantas instaladas no exterior (figura 03).

No incio da dcada de 1990 entrou em operao o Mercosul e a Sadia esteve atenta para aumentar o intercmbio com os pases signatrios, sobretudo com a Argentina. O objetivo era conhecer as preferncias desse novo mercado e, desta maneira estabelecer uma relao duradoura com o pas vizinho. Para tanto a empresa abriu um escritrio comercial em Buenos Aires, em abril de 1992, que lhe permitiu registrar vendas de US$ 22 milhes (Sadia, 2009b).

O ano de 1994 marcou o reposicionamento estratgico da Sadia no mercado internacional, resultado da reestruturao geral na empresa, colocada em prtica com a chegada ao poder dos netos do fundador. O objetivo era dotar a Companhia de maior agilidade e competitividade no cenrio de globalizao da economia. Dentro do novo modelo de gesto foi criada a Unidade de Negcio Internacional, que ou a concentrar sob um nico comando todas as operaes de exportao, importao e investimentos no exterior em distribuio e produo (Sadia, 2009b). A rea Negcio Internacional assumiu claramente o objetivo de buscar a internacionalizao da empresa.

Em 1993 a Sadia formou uma t-venture com a Tres Arroyos da Argentina, da qual surgiu a Sadia Trading Sur. Permitindo a continuidade deste processo, em 1995 iniciaram-se as obras para instalao de uma unidade de fatiamento e de embalagem de produtos como salame e mortadela, equipado com cmaras frias, e acompanhado da ampliao de um sistema prprio de distribuio em Buenos Aires.

Outro aspecto que ou a ganhar importncia foi a utilizao da infra-estrutura montada para importaes e exportaes. Segundo o diretor da rea, at a pouco a Trading resumia-se a trazer umas poucas mquinas, peas e aparelhos do exterior para as fbricas, laboratrios e rea de informtica da Sadia. Dentro da nova estratgia de internacionalizao isso mudou. Servindo-se dos canais de exportaes, agora mo dupla, a empresa importa produtos compatveis com seu ramo de negcios, infra-estrutura e capacidade de distribuio 7.

Por fim, o mesmo diretor fala sobre o objetivo de formar alianas com empresas internacionais, fabricantes de produtos sinergticos com os elaborados pela Sadia. Com isto, poder intermediar exportaes de diversos produtos que sero distribudos atravs dos escritrios comerciais estrategicamente localizados, tanto nos Estados Unidos, como na Argentina, Japo, China, Europa e Extremo Oriente. Desde ento sua rede para atender o mercado externo cresceu significativamente. “Investindo firmemente em sua internacionalizao, a Companhia mantm equipes de vendas dedicadas, formadas por profissionais brasileiros e locais, para atender aos diversos mercados em que atua, com escritrios comerciais em 11 pases: Inglaterra, Alemanha, Emirados rabes, Rssia, Japo, China, Turquia, Argentina, Uruguai, Chile e Panam” (Sadia, 2009b).

Os resultados da nova reestruturao da Sadia comearam a se manifestar quando ela inaugurou um restaurante e uma boutique de carnes em Pequim e, ampliou as atividades dos escritrios de Tquio e de Milo. A churrascaria Beijing-Brasil foi inaugurada no dia 25 de julho de 1994, sendo uma t-venture entre a Sadia e o Ministrio da Agricultura da China (Revista Integrao, 1994). O objetivo da empresa, com tal empreendimento, divulgar seus produtos e conhecer melhor o mercado daquele pas e regio, visando futuros negcios.

Ainda em 1994 a Sadia decidiu abrir um escritrio comercial nos Estados Unidos, onde seus interesses vo alm das exportaes de corned-beef e de carnes congeladas. “O objetivo servir-se do crdito oferecido pelo governo americano para a exportao de gros e do apoio financeiro para exportao de aves. Utilizando seus canais de distribuio em via de mo dupla, a Sadia pode trazer produtos americanos para o Brasil e deste, levar produtos para os EUA” (Revista Integrao, 1995).

Em 1995 a rea Internacional ou por uma redefinio com o objetivo de buscar o equilbrio entre as operaes externas e os custos locais dos processos produtivos. Com a alterao, a rea Negcio Internacional ou para uma Diretoria de Comrcio Exterior, visando minimizar gastos diretos e maximizar resultados comerciais e financeiros. “Em 1995 a Sadia consolidou sua presena nos mercados externos a partir das subsidirias instaladas nos Emirados rabes, Japo, Itlia, Estados Unidos, Argentina e China. As atividades externas mantiveram-se estveis em relao aos 43 pases compradores” (Sadia, 2009b).

A internacionalizao da Sadia via construo e aquisio de fbricas no exterior s aconteceu no incio do terceiro milnio. No dia 1 de dezembro de 2007 foi inaugurada uma fbrica em Kaliningrado, na Rssia. “Depois de investimentos de US$ 90 milhes, sendo 60% provenientes da Sadia e o restante da sua scia local Miratorg, a unidade deve faturar pelo menos US$ 200 milhes por ano com vendas no mercado local e em pases vizinhos que pertenciam Unio Sovitica” (Exame, 2007). A Rssia um dos principais mercados de exportao da Sadia, para onde destina cerca de 20% dos embarques, equivalente a 10 mil toneladas de pratos prontos e industrializados de carne. Com a produo local, a companhia pretende vender 53 mil toneladas a mais por ano na regio.

A produo desta fbrica ser voltada para empanados de frango e embutidos, sendo que uma parcela de 25% dos empanados ser fornecida ao MacDonalds russo. A rede de fast food possui 180 lojas na Rssia e tem planos para crescer 15% ao ano nos prximos dez anos. Os produtos sero vendidos no mercado russo com a marca Sadia e Myasnaya Guildia.

Alm desta fbrica na Rssia a Sadia adquiriu outra unidade industrial 2007. Na Holanda a companhia ir investir mais R$ 4 milhes para dobrar a capacidade de produo da unidade, totalizando 20 mil toneladas/ano. Antes da crise, ocorrida em 2008, segundo a mesma fonte, a Sadia anunciou que dever dar incio implantao de outra fbrica fora do Brasil, nos Emirados rabes, que ter investimentos de R$ 100 milhes e ir produzir industrializados feitos de aves e bovinos (Sadia, 2008).

O organograma 01 foi elaborado no sentido de poder indicar qual a estrutura que a Sadia mantm e quais os canais utilizados no seu processo de exportao e internacionalizao.

Organograma 01 – Sadia e sua Estrutura para Atender a Demanda Internacional

Fonte: Elaborado pelos autores com base em Sadia (2009b).

O projeto de internacionalizao da Sadia baseia-se no apenas na aquisio de ativos e na construo das unidades no exterior. “Alm de Rssia e Oriente Mdio, a empresa planeja implantar uma terceira fbrica em 2009, em local a ser definido” (Sadia, 2008). O processo abrange tambm a consolidao da marca em mercados como o rabe e o russo. Alm disso, a companhia est investindo no desenvolvimento profissional dos funcionrios que atuam em suas unidades e escritrios internacionais. De acordo com a mesma fonte, “um exemplo desta capacitao o Programa Trainee Internacional que, desde maro de 2007, est ofertando oito vagas na Rssia, Alemanha, China e Oriente Mdio”.

5. Concluso 254b14

A internacionalizao entendida como um processo que aumenta o grau de envolvimento da firma em operaes (atividades) internacionais. Cabe destacar novamente a definio apresentada por Johanson & Vahlne (1977), na qual a internacionalizao vista como um processo onde a firma eleva gradualmente seu envolvimento com atividades internacionais.

Algumas teorias sobre internacionalizao deixam evidente que esse processo deve ser gradual e, ao mesmo tempo deve ser caracterizado por um maior envolvimento da firma com os mercados externos.

Neste sentido, a Sadia para habilitar-se a enfrentar a concorrncia e os desafios do mercado internacional antes cresceu, percorreu os estgios discutidos pela vertente comportamental, diversificando suas atividades, consolidou uma rede interna de filiais comerciais e construiu plantas industriais em pequenas cidades do interior, prximas dos fornecedores de matria-prima e em So Paulo, principal centro consumidor. A inteno de tornar-se presente no mercado internacional j estava na estratgia dos dirigentes quando construram a Frigobrs em So Paulo, inaugurada em 1953. Como discutido, na ocasio a empresa procurava estrategicamente destinar a unidade industrial de Concrdia para atender a demanda interna e a planta paulista para possibilitar as exportaes.

Os mais de quarenta anos de trajetria em direo ao mercado internacional da Sadia foram marcados por diferentes fases (estgios). A primeira caracterizou-se pela exportao simples de produtos, que iniciou em 1967. Iniciou exportando carne suna e bovina, seus principais produtos, mantendo esta mesma gama at meados da dcada de 1970 (estgio caracterizado pela internacionalizao via exportao).

A diversificao das exportaes para frango e derivados foi fruto de um excesso de produo possibilitado pela integrao vertical e pela implantao do ‘fordismo na avicultura’, quando os abatedouros deixaram de funcionar de forma amadora e artesanal para atingir a produo em escala (saturao do mercado domstico e, com isso, se consolida o processo produtivo, abrindo um maior espao para a empresa intensificar a internacionalizao das atividades). O segundo motivo que justificou a entrada da Sadia no mercado internacional com este novo produto foi o incentivo dado pelo governo que buscava aumentar as exportaes para conseguir dlares que lhe permitisse honrar os pagamentos de juros da dvida externa (presena de fatores internos e externos que abrem novas oportunidades para a internacionalizao das firmas).

Outra transformao significativa nesta trajetria iniciou com a chegada ao poder da terceira gerao – os netos do fundador – no comando da Sadia, em meados da dcada de 1990. Deste momento em diante, atravs da Diretoria encarregada dos Negcios Internacionais, a Sadia apontou claramente sua inteno de internacionalizar-se tambm com plantas industriais. Neste ponto, se deve destacar tambm a experincia acumulada pela empresa no cenrio internacional, bem como o volume de recursos comprometidos nos mercados externos.

No entanto, a efetivao deste projeto somente foi possvel a partir de meados dos anos 2000, quando a empresa adquiriu uma fbrica de embutidos na Holanda e construiu uma planta industrial para derivados de carne na Rssia. Ou seja, a empresa ingressa no ltimo estgio da internacionalizao, caracterizado pelo incio da produo em mercados externos, que neste caso se caracteriza, primeiramente pela aquisio de plantas industriais e, posteriormente pela prpria construo. Da em diante o comportamento da Sadia no mercado externo dever seguir as mesmas etapas e desafios do mercado interno se ela quiser, efetivamente, tornar-se uma firma de porte mundial no setor de alimentos, isto , concorrer no mercado internacional como uma grande multinacional, utilizando-se de todos os mecanismos disponveis a esse tipo de empresa.

6. Referncias 5o1x31

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1 Universidade Federal do Paran, Departamento de Economia. Brasil. E-mail: [email protected]
2 Universidade Federal do Paran, Departamento de Economia. Brasil. Correspondence. : [email protected] ou [email protected]
3 Na Sadia, o grande incentivador da aviao sempre foi Omar Fontana. No dia 5 de julho de 1985 ele participou do programa Histria Empresarial Vivida, da FEA/USP, coordenado por Clber Aquino. A sesso foi presidida pelo ento Senador Attilio Fontana, pai de Omar e Presidente Emrito do Grupo Sadia. Na ocasio ele relembrou a histria da Transbrasil e a participao da empresa no transporte inicial da Sadia e depois como empresa de aviao comercial independente (Fontana, 1986).
4 Esse modelo foi desenvolvido pelos professores suecos, Johanson & Wiedersheim-Paul, da Universidade de Uppsala em 1975. Os autores analisaram quatro empresas suecas que se internacionalizaram: Sandvik AB, Atlas Copco, Facit e Volvo.
5 Em 1973, quando dirigentes empresariais dirigiram-se ao Ministrio da Fazenda para reclamar do excesso de produo e do aviltamento dos preos, o ministro sugeriu-lhes que exportar seria a melhor soluo . No entanto, as exportaes s comearam em 1975, com incentivos do governo federal, que precisava de dlares para honrar seus compromissos com a elevao do montante e dos juros da dvida externa.
6 Em 1995 as exportaes da Sadia ficaram assim distribudas pelos setores: US$ 257,9 milhes em aves; US$ 43,6 milhes em bovinos e US$ 15,6 milhes em produtos industrializados (Sadia, 2009b).
7 A Sadia a maior distribuidora de frios do pas. Tem 20 filiais regionais e os servios de 150 mil pontos de vendas, espalhados pelo Brasil. Por que no aproveitar essa infraestrutura importando derivados de leite, pescado, legumes congelados e comercializ-los ou reexport-los? Como efetivao desta nova poltica, a Sadia importou, em maro de 1995, queijo da Argentina, Uruguai, Alemanha e Holanda. Com padro definido pela Sadia, foi distribudo pelas filiais e pontos de vendas. Do Canad, desde fevereiro, importou pato, testando sua aceitao em restaurantes de So Paulo (Revista Integrao, 1995).


Vol. 34 (11) 2013
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