1. Introduo y4v2p
O desenvolvimento da contabilidade de custos esteve diretamente relacionado necessidade de auxiliar a estruturao do sistema de informaes de diferentes organizaes. As organizaes mais eficientes dispem de sofisticados sistemas de controle e apurao de custos, integrados s atividades mais importantes, que permitem a gerao de complexos relatrios gerenciais, sempre atualizados e adaptados s necessidades dos diversos usurios (PEREZ JUNIOR, OLIVEIRA, 2012).
Partindo-se do pressuposto de que as informaes geradas pela gesto de custos auxiliam o processo de avaliao de estoques, controle e tomada de deciso dentro de uma organizao, buscou-se, a partir do estudo, estruturar o processo de gesto de custos em uma empresa do setor txtil. Sabe-se que o mercado txtil tem significativa importncia para a economia mundial. Mesmo a parcela comercializada na Amrica Latina sendo nfima se comparada a outros pases, ela caracterizada como importante dentro da economia brasileira.
O crescimento e desenvolvimento de qualquer mercado dependem da eficcia da organizao. Tal eficcia pode ser auxiliada pela gesto de custos, que contribui no planejamento, controle e tomada de deciso, alm de gerar vantagens competitivas em relao aos concorrentes. Os estudos na rea de contabilidade de custos contribuem em vrios aspectos, desde planejamento e controle de compra de material at auxilio aos gestores em situaes-problema. Para Leone (2000a), devido s crescentes responsabilidades e novas exigncias por parte dos es, a gesto de custos dentro de uma organizao utiliza cada vez mais dados qualitativos (no monetrios), produzindo informaes gerenciais com grau de relevncia fundamentadas nos dados recolhidos.
2. Fundamentos tericos 5l4414
2.1 Importncia da gesto de custos no processo decisrio 1r1163
Martins (2003) afirma que o desenvolvimento da contabilidade de custos originou-se como uma forma de resolver problemas de mensurao monetria dos estoques e do resultado. Devido ao crescimento das empresas, com o consequente aumento da distncia entre , ativos e pessoas istradas, ou a ser encarada como uma eficiente forma de auxlio no desempenho de uma nova misso, a gerencial (MARTINS, 2003).
Megliorini (2007) explicita que a rpida evoluo tecnolgica que vem ocorrendo desde o final do sculo XX, em resposta a um ambiente competitivo mais intenso, tem obrigado as empresas a reformular continuamente suas estratgias e a se preocupar cada vez mais com a gesto de custos. Para Blocher et al. (2007), seja qual for o setor da empresa, esta deve saber qual o custo de novos produtos, o custo de fazer melhorias nos produtos existentes, e o custo de encontrar uma nova forma de produo. A informao da gesto de custos usada para estabelecer preos, modificar a oferta do produto a fim de aumentar a rentabilidade, modernizar empresas no momento adequado, e determinar novos mtodos de vendas e de canais de distribuio.
Shank e Govindarajan (1995) entendem que uma compreenso sofisticada da estrutura de custos de uma empresa pode ir bem longe na busca de uma vantagem competitiva sustentvel. A anlise das informaes de custos relevante para o processo decisrio nas organizaes, tanto no momento da definio do preo de venda, como na gesto dos custos e em decises que tm como resultado o incentivo aos produtos mais rentveis.
Leone (2000b) expe que com a estruturao da gesto de custos dentro de uma organizao pode-se obter diversas vantagens, que vo desde um estudo minucioso com base nos estoques, auxlio na formao do preo, no planejamento tributrio, na diferenciao da concorrncia, no setor de compras, entre outros. Perez Junior e Oliveira (2012) afirmam que existe uma srie de oportunidades em que a contabilidade de custos auxilia nas decises do nvel gerencial, podendo destacar a fixao do preo de venda, o calculo da lucratividade de bens e servios, e a seleo do mix de marketing. De forma semelhante, Martins (2003) confere a contabilidade de custos as seguintes atribuies: anlise e sistematizao dos gastos, classificao dos custos, e gerao de relatrios com informaes para nveis gerenciais.
O planejamento tambm est presente no estudo da contabilidade de custos, uma vez que com o mesmo pode-se elaborar e implantar estratgias comerciais, sistematizar o processo de estoque e programar a produo da forma mais condizente com a realidade da organizao. A contabilidade de custos tambm atende a necessidade de controle das operaes, a fim de planejar e direcionar a organizao dentre as opes existentes, bem como para o estabelecimento das metas da organizao com base nos dados dos relatrios formulados. A partir da gesto de custos, a organizao pode implantar diversas mudanas no sentido de contribuir como instrumento estratgico para alcance das metas da organizao. Seu auxlio no est apenas no planejamento e tomada de deciso no curto prazo, pode tambm servir de apoio para decises futuras.
2.2 Metodologias de custeio p1f2y
A alocao dos custos deve ser feita tomando por base as necessidades da organizao, focando objetivos, planejamento, controle, auxlio na tomada de deciso, entre outros aspectos especficos. Matz, Curry e Frank (1987) explicam que depois de selecionada a unidade de custo, surge a questo sobre como acumular tais custos. Deve-se decidir quanto a compilar e distribuir os custos reais. Na sequncia destacam-se algumas metodologias de custeio que integram a literatura contbil e que podem ser utilizadas com esse objetivo.
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Mtodo de Custeio por Absoro 3t5g3d
O mtodo de custeio por absoro caracteriza-se pela alocao dos custos fixos, variveis, diretos e indiretos no custo do bem ou servio. Para Maher (2001), o custeio por absoro caracteriza-se como sistema de contabilizao de custos no qual tanto os custos fixos como os variveis so atribudos aos produtos. O prprio nome do critrio indica que se est fazendo absorver no custo de cada departamento e de cada produto final todos os custos (LEONE, 2000b).
Os custos diretos so distribudos de forma direta e objetiva conforme o consumo do produto. J os custos indiretos devem ser rateados. Leone (2000b) denomina o modo com que se alocam os custos indiretos nos produtos como sendo taxas de absoro. O ponto em que o mtodo de custeio por absoro gera crticas no da alocao dos custos indiretos, pois o mtodo de distribuio dos custos aos produtos pode gerar dvidas.
Dentre as vantagens do mtodo de custeio por absoro, destacamos a caracterizao como critrio legal exigido pela legislao comercial e legislao fiscal brasileira (MARTINS, 2003; PEREZ JUNIOR, OLIVEIRA, 2012). O mtodo considera todos os custos envolvidos no processo de produo ou transformao do produto, uma vez que todos os custos so absorvidos pelo produto, sendo tambm relevante na precificao final do bem ou servio. Para Leone (2000a), o mtodo tambm proporciona calculo dos custos para estoque e por centro de custos.
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Mtodo de Custeio Integral ou Custo Pleno do Produto 60705a
Segundo Perez Junior e Oliveira (2012), o mtodo de custeio integral ou tambm chamado de custo pleno do produto utilizado para fins de controle de custos e anlise gerencial. Trata-se da apropriao dos custos e despesas a fim de auxiliar os gestores no planejamento, controle e tomada de deciso, no sendo aceito para fins fiscais.
Esse mtodo se diferencia do mtodo por absoro por considerar despesas na contabilizao. O produto do sistema de custeio pleno o custo pleno, que corresponde a um nmero agregado mdio obtido para as unidades do objeto de custeio em questo, que inclui parcela dos materiais diretos, mo-de-obra direta, custos indiretos de fabricao, despesas com vendas, distribuio, istrativas, e at financeiras (PEREZ JUNIOR, OLIVEIRA, 2012).
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Mtodo de Custeio Varivel 35f3a
No mtodo de custeio varivel somente os gastos variveis so considerados gastos de produo de bens e servios, sendo os fixos so considerados despesas do perodo (MARTINS, 2003). Para o autor, deve-se desconsiderar a alocao dos custos fixos nos produtos por trs razes principais: os custos fixos incorrem independentemente da produo deste ou daquele produto; os custos fixos normalmente so alocados aos produtos por meio de critrios de rateio; os custos fixos unitrios dependem do volume de produo. Este mtodo no atende as leis fiscais.
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Mtodo do custeio baseado em atividades 6n2255
De acordo com Maher (2001, p.280), “o custeio baseado em atividades baseia-se no conceito de que produtos consomem atividades e as atividades consomem recursos.” Fundamenta-se na premissa de que para reduzir custos dentro de um produto, deve-se alterar ou reformular as atividades que esto envolvidas na produo do mesmo. O custeio por atividades fornece informaes mais detalhadas aos setores, auxiliando na precificao mais acurada e na possvel eliminao de produtos do seu portflio, alm de explicitar o valor do custo de cada atividade da produo (MAHER, 2001).
Busca-se no custeio baseado em atividades eliminar os critrios de rateio utilizados no custeio por absoro. Consiste em alocar, primeiramente, os custos s atividades selecionadas e, na sequncia, alocar os custos das atividades aos custos. A primeira opo, em ambas as etapas de alocao, promover uma alocao direta. No sendo possvel, busca-se realizar um rastreamento. Se ainda assim for necessrio, faz-se um rateio dos custos (MARTINS, 2003).
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Mtodo de Custeio Padro 6x6t2r
Neste mtodo leva-se em conta o presente e o ado, analisando o histrico da organizao com dados atuais para clculo dos custos. Muitas vezes entendido como sendo o custo ideal de fabricao de um determinado item (MARTINS, 2003). Para o autor, a grande finalidade do custo padro o controle dos custos. O objetivo fixar uma base de comparao entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. O clculo dos custos incorridos no perodo precisa ser apurado por outro mtodo de custeio, que no seja o custo padro, de modo que este sirva de apoio para a deteco das falhas e formulao de possveis processos que auxiliem o alcance das metas previstas pelo clculo do custo padro.
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Mtodo da Unidade de Esforo de Produo u1j5b
Para Bornia (2010), trata-se de um mtodo baseado na unificao da produo. O esforo de produo todo recurso ou tempo despendido para transformao da matria-prima em bens ou servios. Os focos onde se concentram as unidades de esforo nas organizaes so as atividades produtivas da empresa, de modo que se criam “postos operativos” (uma ou mais operaes de produo).
Assim, o trabalho da mo-de-obra (direta e indireta), a energia eltrica utilizada para mover as mquinas e iluminar o ambiente, os materiais de consumo necessrios para por em funcionamento a fbrica, a manuteno do equipamento, o controle de qualidade, o trabalho intelectual de planejamento da produo, enfim, tudo o que se relaciona com a produo da empresa gera esforos de produo (BORNIA, 2010).
3. Procedimentos metodolgicos 3g595n
O presente estudo consiste em um estudo descritivo. As pesquisas descritivas tm como foco primordial a descrio das caractersticas de determinada populao ou fenmeno ou, ento, o estabelecimento de relaes entre variveis. Quanto aos procedimentos, a pesquisa configura-se como sendo um estudo de caso. No tocante abordagem do problema, consiste em uma pesquisa quali-quantitativa.
Alm do levantamento bibliogrfico, os dados foram coletados por meio de entrevistas. Optou-se pela entrevista semiestruturada, onde se segue um roteiro e, conforme o andamento pode-se haver modificaes na entrevista. A coleta de dados tambm contou com anlises em documentos e observaes espontneas dentro da organizao.
Na anlise dos dados buscou-se, primeiramente, analisa-los luz dos fundamentos tericos utilizados. A partir da anlise de documentos da organizao, foi feita tabulao dos dados, bem como a interpretao dos mesmos, para que pudessem ser retiradas informaes relevantes. O mesmo foi feito com os resultados das entrevistas.
4. Resultados da pesquisa emprica r1u1h
4.1 Apresentao da empresa objeto de estudo 1t41o
A empresa objeto de estudo, do ramo de malharia, est localizada no Vale do Itaja e possui como principais produtos camiseta, regata, jaqueta e cala de moletom, sendo que os produtos tm foco no pblico masculino, nos tamanhos adulto, juvenil e infantil. Atualmente conta com 5 cargos funcionais, sendo que 2 caracterizam-se como gerncia e so ocupados pelos scios-gerentes, os outros responsabilizam-se pela talhao, reviso e embalagem. As reas de fiao, tecelagem, tinturaria, estamparia, bordado, costura e entrega, foram terceirizadas com o intuito de reduzir gastos relacionados folha de pagamento.
O planejamento, controle e avaliao dos setores dentro da organizao so informais, sendo que os scios-gerentes so os responsveis por essas atribuies. A reduo de gastos e melhoria da produtividade ocorrem pelo “feeling” dos empresrios, de modo que so baseados em experincias vividas com o andamento da organizao e os conhecimentos adquiridos ao longo da existncia da mesma. Destaca-se a transformao pela qual a organizao ou gradualmente com base em conhecimentos e testes feitos pelos gestores, tendo como objetivo a reduo de gastos.
No incio a organizao abrangia todas as reas de produo, sendo que o produto era fabricado inteiramente dentro da organizao por funcionrios contratados. Aos poucos os gestores comearam a terceirizar, identificando que o negcio ficava menos oneroso com as etapas produtivas terceirizadas. Apesar da economia percebida com a terceirizao de boa parte da cadeia produtiva, a organizao possui espao suficiente para realizao de todas as etapas na estrutura fsica.
4.2 Diagnstico da gesto de custos 3s1b22
A empresa conta com uma rede de computadores com o internet para uso em pesquisas de peas e novas tendncias do ramo, e para contatos diversos com clientes e fornecedores. Faz uso do software obrigatrio de emisso de nota fiscal eletrnica e de um software de auxlio na criao de riscos, encaixes e cortes. O software de auxlio surgiu como uma soluo prtica para criao de desenhos e tamanhos certos de forma rpida. A figura 1 exemplifica a utilizao do software na criao de riscos e moldes.
Figura 1 – Confeco de moldes
Fonte: Dados da pesquisa
A utilizao do software auxilia na confeco de riscos e moldes, dando assistncia na produo, que recebe os moldes com preciso e reduz o tempo que os gestores e contratados despendiam na formulao dos mesmos. O software ainda ajuda na reduo de custos com perdas de tecido. A figura 2 exemplifica a utilizao do software no encaixe dos moldes.
Figura 2 – Encaixe dos moldes
Fonte: Dados da pesquisa
Com base no software, pode-se conseguir um encaixe para que o desperdcio de malha seja o menor possvel. Alm do software de moldes, a organizao investiu na compra de uma impressora de moldes em tamanho real.
A organizao no possui nenhuma tecnologia ou software especfico de gesto de gastos, sendo que o mesmo feito pelos gestores da organizao. Os proprietrios criaram tabelas de custos da organizao para o controle prprio, no formalizado. A classificao dos gastos em custos, despesas, perdas ou investimento no feita, sendo que a alocao dos custos aos produtos de forma aleatria. Tambm no se percebe a classificao dos custos em diretos ou indiretos, fixos e/ou variveis, e das despesas em fixas e variveis.
A poltica de preos praticada na malharia caracteriza-se como um aumento de um percentual especfico em cima dos gastos gerais alocados em cada produto. A mesma pode ser alterada com base em vendas de atacado ou varejo, e dependendo do cliente e ou volume de venda. O volume de produo baseado nos pedidos de compra e na demanda percebida em especficos perodos do ano, aumentando assim no perodo de festas de final de ano e frias de vero.
4.3 Proposta de uma estrutura para a gesto de custos 123b5v
O mtodo escolhido para operacionalizar a gesto de custos na organizao estudada foi o custeio por absoro, por englobar custos fixos e variveis na sua anlise, alm de ser aceito pela legislao fiscal. A elaborao de uma proposta para estruturar a gesto de custos na empresa objeto de estudo contemplou a coleta dos dados e o tratamento das informaes.
A coleta de dados foi acompanhada pelos scios da organizao, tomando por base anlises nas informaes contbeis presentes, no histrico contbil da organizao, nas notas dos produtos em andamento e terceirizados, e com base em custos indiretos (mo-de-obra, energia eltrica, gua, entre outras). Aps a coleta dos dados na organizao, houve a necessidade de transformao de dados brutos em informaes relevantes que servissem para formulao e implementao da sistemtica de custos. Nesta etapa foi formulada a gesto de custos baseada no custeio por absoro, uma vez que foram identificados os gastos, classificados, e alocados aos produtos.
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Identificao dos gastos incorridos na organizao 5f2y3j
Na formulao da metodologia de gesto de custos, fez-se, primeiramente, a identificao dos gastos incorridos. Os gastos identificados foram: mo-de-obra; matria-prima; energia eltrica; gua; depreciao dos equipamentos; conta de telefone; combustvel; impostos; contabilidade; material de escritrio; licena do software; mensalidade do software; gastos com a impressora; custo da fiao; custo de tecelagem; custo de tinturaria; custo de estamparia; custo do bordado; custo da costura; e custo da entrega.
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Classificao dos gastos incorridos 4t184m
A partir dos gastos identificados, foi necessria a classificao dos mesmos em custos e despesas, para posterior disposio em diretos ou indiretos. A classificao dos gastos evidenciada por meio da figura 3.
Figura 3 – Classificao dos gastos incorridos
Custos |
Despesas |
|
|
Fonte: Dados da pesquisa
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Classificao dos custos t125q
Aps a separao dos gastos em custos e despesas, fez-se a classificao dos custos em diretos e indiretos. Tal classificao apresentada por meio da figura 4.
Figura 4 – Classificao dos custos
Custos Diretos |
Custos Indiretos |
|
|
Fonte: Dados da pesquisa
d) Alocao dos custos diretos aos produtos 1b6j3
Na alocao do nico custo direto identificado, matria-prima, prope-se, primeiramente a adoo de controle de estoque por meio de fichas para registro das entradas e as sadas. A partir das informaes de sadas, h a possibilidade de identificar o montante de matria-prima consumida pelos produtos.
e) Proposta de criao de departamentos para alocao dos custos indiretos aos produtos 6x6x4d
Com o objetivo de aplicar o custeio por absoro na empresa objeto de estudo, atravs do processo de departamentalizao, fez-se a proposta de criao de departamentos para alocao dos custos indiretos aos produtos. A estrutura de departamentos proposta apresentada na figura 5.
Figura 5 – Proposta de departamentos
Departamento de Servios |
Departamentos de Produo Interna |
Departamentos de Terceirizao |
Contabilidade |
|
|
Fonte: Dados da pesquisa
Aps a proposio de departamentos, fez-se a identificao dos custos indiretos por tipo de departamento, conforme tabela 1.
Tabela 1 – Custos indiretos por departamento
Departamento de Servios (valores mensais) |
Departamentos de Produo Interna (valores mensais) |
Departamentos de Terceirizao |
|
|
|
Fonte: Dados da pesquisa
O clculo dos custos indiretos por produto pode ser observado na tabela 2, tendo como exemplo dois produtos da organizao, a cala de moletom adulto e a camiseta plo adulto.
Tabela 2 – Custo indireto unitrio do produto
Departamentos |
Cala Moletom |
Camisa Plo |
|
Departamentos de Servios |
istrao |
1,15 |
1,15 |
Contabilidade |
0,10 |
0,10 |
|
Departamentos de Produo Interna |
Corte |
0,17 |
0,17 |
Reviso |
0,17 |
0,17 |
|
Embalagem |
0,17 |
0,17 |
|
Departamentos de Terceirizao |
Fiao |
||
Tecelagem |
|||
Tinturaria |
|||
Estamparia |
0,30 |
||
Bordado |
|||
Costura |
|||
Total |
1,76 |
2,06 |
|
Fonte: Dados da pesquisa
A partir dos custos totais por departamento feita uma diviso pelo volume de produo mensal. H uma pequena diferena em alguns departamentos de terceirizao, como o caso do Bordado e da Estamparia, em que se tem o custo desses departamentos alocado diretamente no produto que necessita do servio terceirizado. Aps a apurao dos custos indiretos unitrios dos produtos, parte-se para o clculo do custo direto unitrio (matria-prima), conforme apresentado na tabela 3.
Tabela 3 – Custo direto unitrio do produto
Matria-prima |
Cala Moleton |
Camisa Plo |
moletom |
8,00 |
7,45 |
ribacri |
1,00 |
|
elstico |
0,39 |
|
caseado |
0,30 |
|
boto |
0,30 |
|
gola polo |
0,85 |
|
tag |
0,53 |
0,53 |
Total |
8,92 |
10,43 |
Fonte: Dados da pesquisa
A partir dos custos diretos e indiretos unitrios dos produtos, chega-se ao valor do custo unitrio total por produto. Percebe-se que o mtodo mostra-se vivel para controle da organizao. Alm de simples e englobar o clculo dos custos da organizao, tambm aceito pela fiscalizao brasileira.
No comparativo entre a proposta realizada e a metodologia atualmente utilizada pela organizao, a principal diferena deve-se ao rateio proposto para os custos indiretos, ao o que a avaliao dos critrios de rateio foi feita de acordo com direcionadores que melhor se adaptam realidade da empresa, a fim de auxiliar e disponibilizar informaes mais realistas.
5. Concluses 1555b
O presente estudo teve por objetivo estruturar a gesto de custos em uma empresa do setor txtil a fim de auxiliar o processo de avaliao de estoques, controle e tomada de deciso. A proposta, fundamentada no custeio por absoro, contemplou duas etapas principais: coleta de dados e tratamento das informaes. No tratamento das informaes, alm da proposio de uma estrutura departamental, fez-se a identificao, classificao e alocao dos custos diretos e indiretos aos produtos.
Conforme j observado, a mensurao dos gastos era realizada de acordo com os conhecimentos dos gestores e em aspectos histricos. A partir da metodologia proposta, evidente o beneficio que a implementao do mtodo pode proporcionar organizao. A escolha pela alocao departamental deve-se ao fato de que parcela representativa da produo terceirizada, facilitando a anlise do processo de alocao dos custos aos produtos.
Destaca-se que, alm de atender a avaliao de estoque exigida pela legislao fiscal, a proposta realizada tambm atende necessidades de controle e tomada de decises na organizao objeto de estudo. O mtodo escolhido mostrou-se ser de fcil aplicao, alm de proporcionar resultados j no curto prazo. Cabe aos gestores promover a implementao da proposta a fim de identificar possveis ajustes na sua estrutura. Entende-se que a proposta empreendida, ressalvadas as devidas individualidades, pode ser adotada em outras empresas txteis de semelhante porte.
Referncias 32p9
BORNIA, Antonio Cezar. (2010). Anlise gerencial de custos: aplicao em empresas modernas. So Paulo: Atlas.
BLOCHER, E. J. et al. (2007). Gesto estratgica de custos. So Paulo: McGraw-Hill.
LEONE, George Sebastio Guerra. (2000a). Curso de contabilidade de custos. So Paulo: Atlas.
LEONE, George Sebastio Guerra. ( 2000b). Custos: planejamento, implantao e controle. 3. ed. So Paulo: Atlas,.
MAHER, Michael. (2001). Contabilidade de custos: criando valor para a istrao. So Paulo: Atlas.
MARTINS, Eliseu. (2003). Contabilidade de custos. So Paulo: Atlas.
MATZ, A.; CURRY, O. J.; FRANK, G. W. (1987). Contabilidade de custos. So Paulo: Atlas.
MEGLIORINI, E. (2007). Custos: anlise e gesto. So Paulo: Pearson Prentice Hall.
PEREZ JUNIOR, Jos Hernandez; OLIVEIRA, Luis Martins de. (2012). Contabilidade de custos para no contadores. So Paulo: Atlas.
SHANK, J. K.; GOVINDARAJAN, V. (1995). Gesto estratgica de custos: a nova ferramenta para a vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus.