Espacios. Vol. 34 (4) 2013. Pg. 3 3q1u49 |
Compartilhamento do conhecimento e inovao: um estudo de caso 4z3l6nKnowledge sharing and innovation: a case study 4c6ebPatrcia Fernanda Dorow 1; Maurilio Tiago Brning Schmitt 2; Emlio da Silva Neto 3; Neri dos Santos 4; Gertrudes Aparecida Dandolini 5 e Joo Artur de Souza 6 Recibido: 06-11-2012 - Aprobado: 23-02-2013 |
Contenido j3z35 |
Gracias a sus donaciones esta pgina seguir siendo gratis para nuestros lectores. |
RESUMO: |
ABSTRACT: |
1. Introduo 4p2t6fA nova Sociedade do Conhecimento caracterizada por mudanas. Verifica-se que uma das mudanas mais impactantes observada pela alterao do foco do trabalho, que antes era a mo de obra para o que hoje considerado o crebro de obra (VYGOTSKY, 2007), em que o maior insumo o conhecimento e a capacidade de gerar ideias inovadoras. Nesse contexto, fato que o conhecimento chave para alcanar melhorias e superar dificuldades e a inovao est no centro dessa nova sociedade (PORCARO, 2001). Percebe-se que a inovao foi motivada pelo efeito da globalizao, onde o aumento da concorrncia resultou que as empresas corressem contra o tempo para se sustentar no mercado, diversificar a sua oferta de produtos, ampliar sua capacidade de produo, atingir novos mercados e assim manter-se competitiva. Estudos indicam que a inovao est diretamente ligada gerao de novos conhecimentos ou s novas ligaes entre os conhecimentos j existentes (OECD, 2005). No cerne do processo de inovao tem-se o compartilhamento do conhecimento, fator que auxilia na dissiminao e na criao de conhecimentos. Segundo Tsai, Chen e Chien (2012), a criao e o compartilhamento do conhecimento promovem a inovao. Porm, segundo Kamasak e Bulutlar (2009), os estudos que mostram a relao do compartilhamento do conhecimento e tipos de inovao no so abundantes na literatura acadmica. Para transformar o conhecimento prtico e incorporado (tcito) do indivduo em conhecimento explcito (formalizado em manuais, regras, bancos de dados) e assim gerar inovaes, os indivduos precisam de estmulos, motivao e incentivos. As pessoas devem fazer parte do processo como um todo, para se sentirem pertencentes e teis organizao, e dessa forma, contriburem ativamente com o seu conhecimento no processo de inovao. Nesse sentido, o objetivo central do artigo identificar at que ponto as indicaes preconizadas pela teoria da cognio socialmente compartilhada acerca do processo de compartilhamento do conhecimento so identificadas no ambiente prtico dos negcios. Para isso, foi realizado um estudo de caso em uma empresa de produtos alimentcios que est no mercado h 27 anos. 2. Mtodo g1231O mtodo utilizado no presente trabalho caracteriza-se como uma pesquisa de abordagem qualitativa, que segundoSilverman (2009), estuda o que as pessoas esto fazendo em seu contexto natural. Quanto aos objetivos essa pesquisa classifica-se como exploratria que segundo Gil (2002, p.41) visa “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torn-lo mais explcito ou a constituir hipteses”. Nesta pesquisa busca-se identificar, descrever e analisar as principais indicaes tericas acerca da influncia do compartilhamento do conhecimento no processo da inovao. Alm disso, no artigo pretende-se verificar se as indicaes preconizadas pela teoria da cognio socialmente compartilhada acerca do processo de compartilhamento do conhecimento so identificadas no ambiente prtico dos negcios. Em relao aos procedimentos, essa pesquisa identifica-se tanto como bibliogrfica, pois “ desenvolvida com base em material j elaborado, constitudo principalmente de livros e artigos cientficos” (GIL, 2002, p.44) quanto um estudo de caso, o qual “Consiste no estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira que permita seu amplo e detalhado conhecimento, ...” (GIL, 2002, p.54). Nesse contexto, foi utilizado um questionrio fundamentado em autores que abordam os temas inovao e compartilhamento do conhecimento. Posteriormente, foi realizada uma entrevista semi-estruturada, composta por treze perguntas abertas, com o presidente da empresa pesquisada. O contedo das respostas foi analisado e relacionado com a literatura. A empresa escolhida do ramo alimentcio, enquadra-se de pequeno porte, est localizada no Vale do Itapocu e se mantm h 27 anos no mercado. Os fatores que determinaram a sua escolha foram a ibilidade, a constante inovao de seus produtos e embalagens, a elevada representatividade (market share) em perodos festivos e a conquista sistemtica de mercado (ANIB, 2012). 3. Inovao a4rO Manual de Oslo define inovao como:
A inovao um processo cclico que pode se iniciar tanto com uma oportunidade identificada, quanto com uma ideia gerada por meio de um processo formal, como por exemplo, o brainstorming (KOEN et al, 2001). Drucker (1985) afirma que a fonte de oportunidade inovadora resulta de: ocorrncias inesperadas, incongruncias, necessidades do processo, mudanas no mercado, alteraes em dados demogrficos, percepo e novos conhecimentos. Verifica-se a importncia atual da inovao para as organizaes, seja ela uma inovao em produto (bem ou servio), processo, posio ou paradigma (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008). Porm, observa-se que foi a partir de 1980 que os estudos se voltaram para esse tema. Baregheh (2009) aponta essa tendncia como efeito do ambiente dinmico dos negcios e novos estilos de vida dos clientes, bem como pelos mercados em mudanas contnuas. O Manual de Oslo identifica vrios fatores humanos, sociais e culturais como elementos cruciais para a eficcia do processo de inovao dentro das organizaes (OECD, 2005). Esses fatores influenciam inteiramente na aprendizagem organizacional e esto ligados: facilidade de comunicao interna, s interaes informais (sala de caf), cooperao e aos canais de transmisso de informaes (intranet) e habilidades entre as organizaes mesmo de forma individual. Em termos da dimenso social a inovao est ligada interao entre mercado, tecnologia e organizao (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008) de forma que um problema relevante est ligado a possibilidade ou no de seu gerenciamento. Ou seja, o carter multidimensional da inovao e sua interao com fatores e agentes sociais se unem em uma viso integradora desse fenmeno e o entendimento de sua natureza dinmica pode ser percebida como um processo (TOTTERDELL et al., 2002). Nesse sentido, alguns drivers podem auxiliar esse processo: estratgia, liderana e cultura, capacidades organizacionais, ambiente externo (como canais de distribuio, clientes e concorrentes), e o uso da cincia (KOEN et al,. 2001). Dentro da cultura da organizao, Reid e Brentani (2004) indicam que o movimento de informaes que auxiliam no desenvolvimento do novo conhecimento estimulado pelo compartilhamento do conhecimento, responsvel pelo fluxo das informaes. 4. Gesto do conhecimento 1y535gEfetivamente, as novas prticas de Gesto do Conhecimento (GC) so primordiais ocorrncia da inovao que est ligada a novas informaes para criao do conhecimento novo. Segundo Davenport e Prusak (1998), as empresas mais inovadoras evidenciam maior competncia para gerar e istrar conhecimentos. ?A GC consiste, essencialmente, em facilitar os processos de criao, de compartilhamento e de utilizao dos conhecimentos. Ela est ligada introduo de mudanas nos mtodos de trabalho. No existe uma maneira infalvel de implementar a GC nas organizaes, cada organizao deve definir a sua maneira (STEIL, 2007). Diante da necessidade de inovar, a gesto do conhecimento pode possuir um enfoque sistmico com as seguintes dimenses (MARX ,1998):
Verworn (2009) enfatiza que entre as diferentes prticas de Gesto do Conhecimento uma das mais importantes , sem dvida, o compartilhamento do conhecimento. O autor cita que quanto maior o compartilhamento entre as diferentes reas da organizao, maior a chance de gerar novas ideias ou mesmo encontrar solues para problemas (VERWORN, 2009). Porm, como o conhecimento essencialmente tcito ele requer ambientes propcios para sua criao e seu compartilhamento. Nesse sentido, as empresas devem criar tcnicas que possibilitem a externalizao do conhecimento, ou seja, transformar o conhecimento tcito em explcito para gerar a inovao. Partindo do pressuposto que conhecimento pode ser promovido ou estimulado, o que as empresas precisam istrar so as condies que facilitam a manifestao da inovao. Esses estmulos podem ser atravs do compartilhamento, da aprendizagem, autonomia e salas de reunies (CYRINEU, 2005). Os autores mais relevantes da abordagem terica da criao do conhecimento e, portanto, da definio e do uso dos formatos tcito e explcito, Nonaka e Takeuchi (1997), discorrem que o foco na criao de conhecimentos atravs de espaos para a contnua converso do conhecimento tcito e explcito define o centro das abordagens basilares sobre Gesto do Conhecimento. Os autores denominam que o processo de converso entre conhecimentos tcito e explcito chamado de SECI – Socializao, Externalizao, Combinao e Internalizao e o compartilhamento do conhecimento est fortemente relacionado etapa de socializao. 5. Compartilhamento do Conhecimento 191r6fSbragia (2006) ressalta que a inovao no acontece ao acaso, mas sim que preciso saber primeiramente o que e como fazer para inovar, seguido de uma estratgia e do uso eficiente da infraestrutura presente na empresa. Alguns autores indicam que a empresa necessita de uma unidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que estimule uma cultura inovadora em que as pessoas se sintam estimuladas a compartilharem seus conhecimentos (IACONO; NAGANO, 2007). Destaca-se que o compartilhamento do conhecimento um ponto chave para as organizaes aumentarem sua capacidade de inovao (SAENZ; ARAMBURU; RIVERA, 2009). Ele tambm ajuda na preservao do patrimnio do conhecimento da organizao, na aprendizagem de novas tcnicas e na resoluo de problemas, criando competncias essenciais para lidar com novas situaes (HUANG; CHEN; STEWART, 2010). Para esse estudo foi adotada a definio de compartilhamento do conhecimento como um processo no qual os indivduos realizam simultaneamente o intercmbio de conhecimento implcito (tcito) e explcito para criar novos conhecimentos. Nessa direo, Van den Hoof e de Ridder (2004) apresentam duas formas para o compartilhamento: uma ligada ao armazenamento e recebimento do conhecimento e a outra ligada divulgao ou doao do conhecimento. Wang e Noe (2010) apontam que o compartilhamento do conhecimento o meio fundamental atravs do qual os funcionrios podem trocar mutuamente seus conhecimentos e contribuir para a aplicao de conhecimentos, inovao e, finalmente, a vantagem competitiva da organizao. Para melhor realizar as tarefas inovadoras, os colaboradores devem "pegar emprestado" o conhecimento tcito (habilidades ou experincia) de colegas ou buscar conhecimento explcito (institucionalizado ou prticas) existente na empresa (WANG; WANG, 2012); o compartilhamento desses conhecimentos auxilia na velocidade de inovao da empresa. Ainda, possvel aplicar esses conhecimentos na resoluo de problemas (NONAKA; VON KROGH; VOELPEL, 2006). De fato, os fundamentos tericos da cognio socialmente compartilhada evidencia a influncia da cultura sobre a cognio humana, isto , sobre a maneira de formular problemas, de abord-los, de resolv-los, questo de histria, de tradio cultural, etc... Em um contexto colaborativo uma parte dos conhecimentos encontra-se com outros colegas, so os conhecimentos comuns (compartilhados) e os conhecimentos de ligao (complementares). Assim sendo, o quadro de anlise da cognio humana, da atividade de trabalho, no deve se limitar a uma nica pessoa, mas deve se estender ao meio de trabalho no qual ela est inserida, onde ela desenvolve as suas atividades. Essas so as ideias de base da aprendizagem situada (LAVE; WENGER, 1991) e as ideias de base dos estudos sobre a tomada de deciso em contexto real (SUCHUMAN, 2007). Alguns fatores podem favorecer o compartilhamento do conhecimento, como por exemplo, o “Ba”, termo que representa um local, um momento de interao e de compartilhamento, onde se cria uma cultura compartilhada de confiana, estima e empatia. Nesse ambiente, cada “trabalhador do conhecimento” se enriquece com o outro, retira sua energia no grupo (NONAKA; KONNO, 1998). O conceito de “Ba” abarca o espao fsico (como uma sala de reunio), o espao virtual (como e-mail e outras TICs) e o espao mental - como as ideias e os modelos mentais compartilhados que propiciam a gerao de ideias (PRAX, 2005). Uma estratgia correta da alta gerncia, focada no ambiente ba, pode assegurar o sucesso do processo de criao de conhecimento e da gerao de inovaes (LI; GAO, 2003). Verifica-se que alguns mecanismos de gesto podem auxiliar no compartilhamento do conhecimento explcito dos funcionrios, tais como: linguagem formal, manuais e um sistema de tecnologia da informao (COAKES, 2006). Porm, o contato direto entre os membros ainda o principal meio para o compartilhamento do conhecimento tcito; como fatores que interferem nessa socializao podemos citar a confiana, a capacidade dos indivduos de compartilhar o que sabem e usar o que aprendem (HOLSTE; FIELDS, 2010). De acordo com as teorias de motivao, o que impulsiona o comportamento humano, pode ser dividido em duas categorias: motivaes extrnsecas e intrnsecas. Motivaes extrnsecas servem para satisfazer as necessidades indiretas ou instrumentais, por exemplo, recompensa financeira e social (HUNG; LAI; CHANG; 2011). A motivao intrnseca estimulada por valores fornecidos diretamente dentro da prpria atividade, como altrusmo, diverso e caridade (JEON; KIM; KOH; 2011). Com base na literatura, possvel evidenciar que o compartilhamento do conhecimento uma questo crucial nas organizaes (SAENZ; ARAMBURU; RIVERA, 2009). Nessa direo, deve-se estudar como o compartilhamento do conhecimento pode influenciar efetivamente o processo de inovao. 6. Anlise dos dados 6c1h5tO estudo de caso permitiu responder, compreender e contextualizar as indicaes preconizadas pela teoria da cognio socialmente compartilhada acerca do processo de compartilhamento do conhecimento no ambiente prtico dos negcios. Aps cruzar o resultado da entrevista com a literatura, construiu-se uma sntese a qual apresentada no Quadro 1 e comentada a seguir.
Quadro 1: Relaes entre a teoria e a prtica no compartilhamento do conhecimento para a inovao. No item 1 do Quadro 1, percebe-se pela fala do entrevistado que existe uma cultura na empresa, um momento formal semanal onde os lderes (gerentes e os scios proprietrios) se renem para discutir as metas e planos da empresa e esses objetivos so reados aos demais colaboradores o que pode proporcionar que esses deem s, proponham modificaes ou ampliaes dos conhecimentos compartilhados. Conforme discorre Davenport (1999) o desempenho pode ser melhorado por meio de uma estratgia integrada, e como aponta Dessein (2002), a maior parte da informao til para a tomada de deciso e pela formulao da estratgia se encontra dispersa nos nveis hierrquicos. No item 2, a fala do entrevistado demonstra preocupao em renovar os conhecimentos explcitos j existentes na empresa, bem como em permitir que todos funcionrios possam analisar as mudanas ocorridas e dar novas ideias por meio de um programa institucionalizado na empresa (Boas Ideias e Sugestes) para melhorar o processo. Porm, segundo Bhirud, Rodrigues e Desai (2005), devem ser proporcionados s das sugestes de ideias aos seus inventores, o que no parece ocorrer de acordo com a fala do entrevistado. Tambm destaca-se a importncia do e por parte da alta istrao no processo de inovao (Koen et al, 2001). No item 3, destaca-se que o entrevistado cita que no seu ponto de vista no h hierarquias na sua empresa, principalmente por ela ser de pequeno porte, o que acaba resultando na proximidade entre patro e funcionrio. Isso beneficia a autonomia dos colaboradores em projetos e, como afirma Sundbo (1996), no processo de inovao e na gerao de novos conhecimentos (NONAKA; TAKEUCHI, 1997). No item 4, observa-se que na empresa pesquisada existe um clima de competio que tenta ser evitado pelos gestores. Na literatura, verifica-se a dificuldade de se criarem laos quando existe a competio interna (ZANINI, 2007). As pessoas no tendem a compartilhar o conhecimento se no houver um sentimento de cooperao e uma cultura de valorizao desse ato. No item 5, o entrevistado comenta que o conhecimento deve ser compartilhado quase em sua plenitude. Apenas informaes estratgicas para a empresa devem ser salvaguardadas. Os diferentes nveis da organizao apontados na literatura, de acordo com Baterman e Snell (1998), so estratgico, ttico e operacional e como afirma Davenport (1999), preciso analisar qual o tipo de conhecimento ser ou no compartilhado com todos. No item 6, o entrevistado demonstra que a empresa utiliza o conhecimento ado para resoluo de novos problemas. Percebe-se a necessidade de uma memria organizacional e a preocupao de no “reinventar a roda” (LOCHER, 2008) a cada novo problema e sim recorrer a reutilizao dos conhecimentos j existentes nos procedimentos que j obtiveram sucesso na resoluo de problemas ados. No item 7, est claro a existncia de procedimentos de explicitao do conhecimento depois que a engenheira da empresa conhece as funcionalidades de um novo equipamento. Dessa forma, ela explicita seu conhecimento tcito em conhecimento explcito no formato de uma norma tcnica operacional, que ento compartilhada com os membros da empresa. Nessa implantao do novo processo, percebe-se tambm a presena de outro processo da espiral do conhecimento, a socializao do conhecimento por meio da relao de mestre-aprendiz, o chamado aprender fazendo (know-how) (TAKEUCHI; NONAKA 2008). No item 8, nota-se uma cultura de compreenso por parte da empresa relacionado ao erro, que inerente ao processo de aprendizagem. Porm, de acordo com o relato, no fica claro se os funcionrios temem compartilhar suas ideias com receio de se expor (VON KROGH; ICHIJO; NONAKA, 2001). No item 9, o entrevistado deixa ntido o papel da alta gerncia em proporcionar meios para a aprendizagem individual, ao conversar (learning-by-interacting) e disponibilizar informaes atravs de livros (aprendizagem pelo texto) e treinamentos para que seus funcionrios aprimorem seus conhecimentos (BARTOL; SRIVASTAVA, 2002). Esse processo de buscar novos conhecimentos externos e re-los aos demais membros do grupo se mostra fragilizado, pois pela citao do entrevistado esse processo no natural entre os colaboradores, ou seja, no faz parte da cultura, necessitando o incentivo permanente por parte do proprietrio e gerentes. No item 10, percebe-se que a empresa destina possuir aulas formais para treinamento dos funcionrios, fornecendo um local apropriado para aprendizagem e destinando um tempo especfico para esse tipo de atividade (PONCHIROLLI; FIALHO, 2005). Alm disso, a empresa propicia momentos informais e no programados de compartilhamento do conhecimento que acontecem sempre que identificado um problema ou mesmo uma oportunidade durante a realizao do trabalho. No item 11, o entrevistado deixa claro sua preocupao com o processo de inovao da empresa e possu conscincia de como a troca de conhecimentos com parceiros externos (fornecedores e clientes) pode ser uma boa porta de entrada para informaes (CHESBROUGH, 2003). 7. Consideraes Finais k2x6gO compartilhamento do conhecimento influencia a propagao da informao e do conhecimento, facilitando o desenvolvimento de inovaes. A literatura nos permite inferir que o compartilhamento do conhecimento um recurso importante para a inovao, j que oportuniza fluxos de informaes e conhecimentos. As interaes entre as pessoas que nutrem o fluxo de conhecimento podem ser representadas por relaes sociais, econmicas, de trabalho, entre outros, que basicamente, possibilitam o compartilhamento de informao e de conhecimento. Na empresa pesquisada observou-se que a cultura algo muito forte e a liderana desempenha um papel fundamental para propiciar essa cultura de cooperao, em que a empresa utiliza vrios recursos, prezando tanto o contato pessoal como reunies formais e informais especficas para o compartilhamento de problemas e solues de assuntos especficos da empresa, proporcionando a aprendizagem organizacional. Outro fator relevante identificado foi que o baixo nmero de funcionrios facilita a gerncia do processo de incentivo ao compartilhamento do conhecimento, j que dessa forma a organizao possui menos nveis hierrquicos o que resulta em uma relao mais estreita entre a alta gerncia e a linha de frente. Desta forma proporciona mais eficcia na implantao de polticas que visam mudanas nos comportamentos dos indivduos de modo a alcanar uma aprendizagem organizacional na busca da inovao. A aprendizagem promovida pelo incentivo, treinamentos, conversas e reunies para discusso de ideias onde os colaboradores compartilham seus conhecimentos os quais, como resultado, permitem novos aportes, entre eles os mais expressivos so os novos conhecimentos e as novas habilidades. A empresa que proporciona espaos para que o compartilhamento do conhecimento seja proficiente cria tambm espaos de aprendizagem dessa forma, torna-se um ambiente para o desenvolvimento e para a inovao. Como pesquisas futuras, sugere-se realizar estudos similares em outras empresas, assim como pesquisas empricas quantitativas para identificar quais os fatores do compartilhamento do conhecimento tem maior influncia no processo de inovao. Referncias 32p9ANIB. (2012); Associao nacional de indstria de biscoitos. Disponvel em: <http://www.anib.com.br>. o em: 19 set. 2012. Baregheh, A.; Rowley, J.; Sambrook, S. (2009); “Towards a multidisciplinary definition of innovation”, Management Decision, 47(8), 1323-1339. Bartol, K.; Srivastava, A. (2002); “Encouraging knowledge sharing: the role of organizational reward systems”, Journal of Leadership & Organizational Studies, 9(1), 64-76. BATEMAN, Thomas S; SNELL, Scott A. ISTRAO: Construindo Vantagem Competitiva. So Paulo: Atlas, 1998. 539 pgs. Bhirud, S.; Rodrigues, L.; Desai, P. (2005); “Knowledge sharing practices in KM: a case study in Indian software subsidiary”, Journal of Knowledge Management Practice, 4(2), 83-90. Chesbrough, H. (2003); Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology; Boston, Harvard Business School Press, 272 p. Coakes, E. (2006); “Storing and sharing knowledge: ing the management of knowledge made explicit in transnational organisations”, The Learning Organization, 13(6), 579–593. Cyrineu, J. (2005); Gesto do Conhecimento: O grande desafio empresarial; So Paulo, Elsevier. Davenport, T.; Prusak, L. (1998); Conhecimento empresarial; Rio de Janeiro, Campus. Davenport, T. H. (1999); Knowledge Management and the Broad Firm: Strategy, Advantage and Performance; Boca Raton: CRC Press. Dessein, W. (2002), Authority and Communication in Organizations, Review of Economic Studies, 69(4), 811–838. Drucker, P. F. (1985); Inovao e Esprito Empreendedor – Entrepreneurship; So Paulo, Pioneira. Gil, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. So Paulo: Atlas, 2002. Holste, J. S.; Fields, D. (2010); “Trust and tacit knowledge sharing and use”, Journal of Knowledge Management, 14(1), 128–140. Huang, T.A; Stewart, R. A.; Chen, L. (2010); "Identifying key enablers to improve business performance in Taiwanese electronic manufacturing companies", International Journal of Operations & Production Management, 30(2), 155-180. Hung, S.-Y.; Lai, H.-M.; Chang, W-W. (2011); “Knowledge-sharing motivations affecting R&D employees’ acceptance of electronic knowledge repository”, Behaviour & Information Technology, 30(2), 213-230. Iacono, A.; Nagano, M. S. (2007); “Uma anlise e reflexo sobre os principais instrumentos para o desenvolvimento sustentvel dos arranjos produtivos locais no Brasil”, Revista Gesto Industrial, 3(1), 37-51. Kamasak, R.; Bulutlar, F. (2010); “The influence of knowledge sharing on innovation”, European Business Review, 22(3), 306-317. Koen, P. A. et al. (2001); “Providing clarity and a common language to the fuzzy front end”, Research Technology Management, 44(2), 46-55. Lave, J.; Wenger, E. (1991); Situated Learning: Legitimate Peripheral Participation. Cambridge, UK: Cambridge University Press. Li, M.; Gao, F. (2003); “Why Nonaka highlights tacit knowledge: a critical review”, Journal of Knowledge Management, 7(4), 6-14. Marx, R. (1998); Trabalho em grupos e autonomia como instrumentos de competio; So Paulo, Atlas. Nonaka, I.; Von Krogh, G.; Voelpel, S. (2006); “Organizational knowledge creation theory: evolutionary paths and future advances”, Organization Studies, 27(8), 1179-208. Nonaka, I.; Konno, N. (1998); “The concept of Ba”, California Management Review, 40(3), 40-54. Nonaka, I.; Takeuchi, H. (1997); Criao de conhecimento na empresa; Rio de Janeiro, Campus, 358p. OECD. (2005); Oslo manual: guidelines for collecting and interpreting innovation data; Paris, OECD Publishing. PonchirollI, O.; Fialho, F. A. P. (2005); “Gesto estratgica do conhecimento como parte da estratgia empresarial”, Revista FAE, 8(1), 127-138. Porcaro, R.M. (2001); A mensurao da economia eletrnica no sistema de informao estatstica. Seminrio IBGE/DPE/Demet. Prax, J-Y. (2005); Le Manuel du Knowledge Management; Paris, Polia Editions. Reid, S.E.; Brentani, U. (2004); “The fuzzy front end of new product development for discontinuous innovation: a theoretical model”, Journal of Product Innovation Management, 21(3), 170-184. Robbins, S. P. (2002); Comportamento organizacional; So Paulo, Prentice Hall. Robinson, A. G.; Schroeder, D. M. (2005); Ideias para revolucionar sua vida; So Paulo, Editora Gente. Saenz, J.; Aramburu, N.; Rivera, O. (2009); “Knowledge sharing and innovation performance: A comparison between high-tech and low-tech companies”, Journal of Intellectual Capital, 10(1), 22-36. Sbragia, R. (coord.). (2006); Inovao: Como vencer esse desafio empresarial; So Paulo, Clio. Silverman, D. (2009); Interpretao de dados qualitativos; Porto Alegre, Artmed. Steil, A. V. (2007); Estado da arte das definies de gesto do conhecimento e seus subsistemas; Florianpolis, Instituto Stela,Technical Report. Suchuman, L. (2007); Human-Machine Reconfigurations: Plans and Situated Actions. 2nd expanded edition. New York and Cambridge UK: Cambridge University Press. Sundbo, J. (1996); “The balancing of empowerment: A strategic resource based model of organizing innovation activities in service and low-tech firms”, Technovation , 16(8), 397-409. Takeuchi, H.; Nonaka, I. (Org.) (2008); Gesto do conhecimento; Porto Alegre, Bookman, 319p. Tidd, J.; Bessant, J.; Pavitt, K. (2008); Gesto da Inovao; Porto Alegre, Bookman. Totterdell, P. et al. (2002); “An Investigation of the Contents and Consequences of Major Organizational Innovations”, International Journal of Innovation Management, 6(4), 343-368. Tsai, M. T.; Chen, K. S.; Chien, J. L. (2012); “The factors impact of knowledge sharing intentions: The theory of reasoned action perspective”, Quality and Quantity , 46(5), 1479-1491. Van Den Hooff, B.; De Ridder, J.A. (2004); “Knowledge sharing in context: the influence of organizational commitment, communication climate and CMC usage on knowledge sharing”, Journal of Knowledge Management, 8(6), 117-30. Verworn B. (2009); “A structural equation model of the impact of the fuzzy front end on the success of new product development”, Research Policy, 38(10), 1571–1581. Von Krogh, G.; Ichijo, K.; Nonaka, I. (2000); Enabling Knowledge Creation: How to Unlock the Mystery of Tacit Knowledge and Release the Power of Innovation; USA, Oxford University Press. Vygotsky, L. S. (2007); A Formao Social da Mente; So Paulo, Martins Fontes. Wang, S.; Noe, R. A. (2010); “Knowledge sharing: A review and directions for future research”, Human Resource Management Review, 20(2), 115-131. Wang, Z.; Wang, N. (2012); “Knowledge sharing, innovation and firm performance”, Expert Systems with Applications, 39(10), 8899-8908. Zanini, Marco (2007); “Confiana organizacional como chave para a coordenao implcita e para a construo do capital intangvel”, Cadernos EBAPE, 5(3), 1-13. |
1 Universidade Federal de Santa Catarina Brasil E-mail: [email protected] |
Vol. 34 (4) 2013
[ndice] [En caso de encontrar algn error en este website favor enviar email a ] |